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EUA defendem tarifas sobre importações chinesas

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  • Luanda • Quinta, 08 Setembro de 2022 | 17h21
Mapa Dos Eua
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Foto divulgação

Washington - Os Estados Unidos (EUA) deverão manter tarifas sobre importações chinesas até que Pequim adopte princípios económicos e comerciais mais orientados para o mercado, "com uma separação clara entre Governo e Estado", defendeu hoje, a representante comercial norte-americana, Katherine Tai.

"Acho que o que realmente queremos da China, em termos de economia e comércio, é que a economia chinesa opere de acordo com normas que sentimos incorporadas em organizações como a Organização Mundial do Comércio, que são baseadas no mercado aberto, com uma separação clara entre governo e estado e mercado e economia. Os chineses têm perseguido um modelo que é diferente do nosso", disse a representante comercial dos EUA, Katherine Tai.

Num evento virtual organizado pela instituição 'Carnegie Endowment for International Peace', na quarta-feira, Katherine Tai defendeu que é "absolutamente possível" ter uma discussão comercial com a China, mas avaliou que os EUA estão estruturados de forma diferente, regidos por diferentes filosofias e princípios, pelo que algumas formas de competição entre os dois países "não lhe parecem justas".

"Até ao dia em que a China escolha um caminho para que a sua economia funcione mais como a nossa, precisamos de ter ferramentas mais eficazes para garantir que possamos continuar a competir e a permitir que a nossa economia prospere de acordo com os princípios em que é construída", acrescentou.

"Essa é uma combinação das tarifas que estão em vigor", frisou Katherine Tai, após vários meses de especulação sobre se a administração de Joe Biden aliviaria as tarifas punitivas que foram implementadas contra a China há quatro anos pelo seu antecessor, Donald Trump.

No início deste mês, o governo dos Estados Unidos tinha anunciado que vai manter, nesta fase, as tarifas punitivas contra os chineses, que deviam ter terminado entre Julho e Agosto.

 

"As tarifas não expiraram no seu aniversário de quatro anos", referiu o Representante do Comércio da administração norte-americana (USTR, na sigla em inglês) em comunicado.

"Representantes das indústrias nacionais indicaram que beneficiaram da acção comercial de várias maneiras", detalhou o USTR, no documento em que justifica a decisão.

 

Alguns sectores acreditam, por exemplo, que "incentiva o governo chinês a interromper as políticas e práticas visadas pela acção tarifária", ou que "permitiu competir com as importações chinesas, investir em novas tecnologias, aumentar a produção nacional e contratar trabalhadores adicionais".

As empresas também apontam que esta medida "ajudou a combater práticas competitivas desleais resultantes das políticas e práticas de transferência de tecnologia da China e a incentivar melhores políticas e práticas".

Uma primeira série de tarifas alfandegárias punitivas foi implementada em 06 de Julho de 2018, antes de três outras, que representam um total equivalente a 350.000 milhões de dólares em importações anuais do gigante asiático.

Donald Trump tinha tomado estas medidas em retaliação às práticas comerciais chinesas consideradas "injustas", denunciando na altura o "roubo" de propriedade intelectual ou a transferência "forçada" de tecnologia.

No evento virtual de quarta-feira, Katherine Tai foi confrontada com o facto de os Estados Unidos enfrentarem o ambiente comercial mais desafiador em décadas e afirmou que há uma sensação generalizada, em vários países, de que a desigualdade está a aumentar.

Nesse sentido, Tai defendeu a visão de Joe Biden para fazer crescer a economia "de baixo para cima, e do meio para fora, de forma a reforçar o crescimento da prosperidade".

"A liberalização levou-nos a um ponto onde, essencialmente, empresas deram o incentivo para perseguir e maximizar a eficiência. Isso significa minimizar os seus custos e maximizar as suas receitas. Penso que uma lição que aprendemos com toda esta perturbação é que a eficiência sozinha criou esta frágil economia global que estamos a conter agora", observou.

"A ideia é não abandonar a eficiência, mas ter a certeza que a eficiência não é o único incentivo que motiva as actividades económicas. Estamos também a incentivar à resiliência e muito disso significa incentivar empresas e participantes económicos a considerarem o risco ao tomarem as suas decisões", explicou.

 





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