Washington - O Governo dos Estados Unidos sublinhou hoje que se opõe a uma nova ocupação de longo prazo de Gaza por Israel, depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter manifestado a intenção de assumir indefinidamente a segurança do território após a guerra.
“Na nossa opinião, os palestinianos devem estar no centro destas decisões, Gaza é território palestiniano e continuará a ser território palestiniano", frisou o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, em declarações aos jornalistas.
"Em geral, não apoiamos a preocupação de Gaza e Israel também não a apoia", acrescentou.
Israel retirou unilateralmente os seus soldados e colonos de Gaza em 2005, após 38 anos de ocupação.
O Governo israelita colocou o território sob bloqueio desde que o Hamas assumiu o poder, em 2007.
Washington reconheceu que é impossível regressar ao “status quo” antes do ataque sem precedentes de 07 de Outubro, perpetrado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, considerado terrorista pelos Estados Unidos e União Europeia.
"Israel e a região devem estar seguros e Gaza não deve e não pode mais ser uma base a partir da qual sejam lançados ataques terroristas contra o povo de Israel ou qualquer outra pessoa", destacou ainda Vedant Patel.
O primeiro-ministro israelita frisou segunda-feira à noite que, quando a guerra terminar, Israel vai assumir indefinidamente a segurança na Faixa de Gaza.
"Penso que Israel terá, por um período de tempo indefinido, a responsabilidade geral pela segurança, porque já vimos o que acontece quando não a temos", afirmou Benjamin Netanyahu numa entrevista à estação televisiva norte-americana ABC, em resposta a uma questão que tem ressoado desde que Israel lançou a sua ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
Sublinhou que quando não tem essa responsabilidade de segurança, o que tem é uma erupção de terror do Hamas a uma escala que não podíamos imaginar", referindo-se ao ataque do grupo islamita em solo israelita.
O ataque surpresa contra Israel de 07 de Outubro fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos, além dos mais de 200 reféns, de acordo com as autoridades israelitas.
A retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza começou logo depois, com cortes do abastecimento de comida, água, electricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou quinta-feira passada o cerco à cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas já fez, na Faixa de Gaza, mais de 10.000 mortos, entre os quais mais de 4.000 crianças, mais de 25.400 feridos e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais, controladas pelo Hamas. CNB/GAR