Washington - O Governo dos Estados Unidos negou segunda-feira o anúncio do Irão sobre uma troca de prisioneiros com Washington, classificando como "cruel" o governo de Teerão por "mentir" sobre este assunto, noticiou hoje agência Lusa.
"Estamos acostumados a lidar com mentiras das autoridades de Teerão. Não é novidade, mas desta vez é especialmente cruel porque estão vidas em jogo", referiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em conferência de imprensa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hosein Amir Abdolahian, anunciou este domingo um acordo para a troca de prisioneiros com os Estados Unidos, durante um discurso transmitido pela televisão.
"Se tudo correr bem, a troca vai acontecer nos próximos dias", garantiu o ministro.
No entanto, o porta-voz da diplomacia dos EUA referiu que as declarações são "uma triste reflexão" de que o Irão utiliza prisioneiros por motivos políticos, uma prática que deve ser "colocada no caixote do lixo da história".
Price prometeu que o Governo de Joe Biden está "a trabalhar incansavelmente" para garantir a libertação dos três norte-americanos detidos no Irão.
"Até agora, os iranianos não têm estado dispostos a ceder, mas vamos continuar a trabalhar", garantiu.
Pelo menos uma dúzia de cidadãos iranianos com dupla nacionalidade ou estrangeiros, três destes norte-americanos, estão a cumprir sentenças nas prisões iranianas.
Enquanto isso, cerca de 30 iranianos estão detidos fora do seu país em acusações relacionadas com as sanções económicas dos EUA, sendo que cerca de metade destes encontram-se nos Estados Unidos.
A República Islâmica do Irão foi acusada de utilizar prisioneiros, especialmente aqueles com dupla nacionalidade, mas também de outros países, como factor de pressão ou para a troca de prisioneiros, prática conhecida como "diplomacia de reféns".CQ/GAR