Nova Iorque - O quadro de insegurança alimentar no mundo continua grave, segundo avaliação do Banco Mundial divulgada esta semana e veiculada pela ONU News.
O levantamento indica que o problema afecta actualmente 61,6 milhões de pessoas na África Oriental e ameaça quase 50 milhões no ocidente e centro do continente.
Os conflitos e as mudanças climáticas continuam puxando a insegurança alimentar, mas indicadores económicos agravam a situação.
O Banco Mundial afirma que a inflação doméstica dos preços dos alimentos permanece alta em muitos países de baixa renda. Dados de Outubro passado a Janeiro deste ano mostram que 73,7% das nações deste grupo têm mais de 5% de inflação.
Em termos reais, a alta dos preços dos alimentos excedeu a inflação geral em 56% dos 164 países onde há dados disponíveis.
Desde a actualização de 14 de Janeiro, os índices de preços agrícolas e de exportação subiram, fechando em altas de 3% e 6%, respectivamente.
Quem comprou milho pagou mais 3%. No caso do trigo, a alta foi de 5%. Os preços do arroz, por outro lado, fecharam em queda de 10%.
Em comparação com Janeiro de 2020, o consumidor teve de pagar 27% a mais pelo milho.
Em média, apenas 3% do financiamento total na área do desenvolvimento é atribuído ao sector alimentar. Já no campo humanitário, 33% dos recursos são destinados à ajuda alimentar.
O último relatório “Perspectivas Económicas Globais do Banco Mundial”, divulgado em Janeiro deste ano, alerta para uma estagnação económica persistente, com o crescimento global projectado para se manter em 2,7% até 2026.
Embora isso sinalize alguma estabilidade, não é o suficiente para impulsionar uma redução significativa da pobreza ou combater o aumento da insegurança alimentar e nutricional em países de baixa renda.
O relatório ressalta como os desafios da alta inflação, dívida crescente e interrupções no comércio estão a exacerbar a insegurança alimentar para os mais vulneráveis do mundo. ADR