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Espionagem extraiu alegadamente dados do telemóvel de Sánchez

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  • Luanda • Segunda, 02 Maio de 2022 | 13h56
Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez
Primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez
Pedro Parente

Madrid - Dois ataques efectuados através do programa informático de espionagem Pegasus ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez em 2021 extraíram do terminal 2,6 gigas e 130 megas de dados, respectivamente, disseram à agência EFE fontes governamentais.

Por outro lado, a interferência no telefone móvel da ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, extraiu nove megas de dados, segundo as fontes citadas pela EFE na sequência do relatório oficial que concluiu que os telefones dos dois governantes foram alvo de escutas "ilícitas e externas" através daquele programa informático.

Numa conferência de imprensa no Palácio da Moncloa, sede do executivo, o ministro da Presidência, Félix Bolaños, indicou que os dois ataques ao telemóvel de Sánchez, em maio de 2021, e um ao de Robles, em Junho seguinte, permitiram extrair um "determinado volume de dados" cujo conteúdo exato se desconhece de momento.

As fontes citadas pela agência espanhola precisaram posteriormente a quantidade de dados.

O governo espanhol não especificou se o "ataque externo" foi efetuado por um país estrangeiro ou corporação internacional.

O uso do programa informático de fabrico israelita Pegasus foi inicialmente denunciado por membros da oposição e separatistas da Catalunha.

O programa Pegasus, fabricado por uma empresa privada israelita, só pode ser vendido e usado por governos, no contexto do "combate ao terrorismo", mas tem estado no centro de vários escândalos de espionagem contra políticos, jornalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo, nomeadamente Espanha, Marrocos e França.

O programa, que só pode ser vendido após autorização do governo de Israel, já foi proibido nos Estados Unidos.

Na conferência de imprensa na Moncloa, em que também participou a porta-voz do governo espanhol, Isabel Rodriguez, o ministro Bolaños explicou que, de acordo com os relatórios do organismo cibersegurança espanhol (CNC), verificaram-se duas intrusões no telemóvel de Pedro Sanchéz e uma escuta ao telefone móvel de Robles.

A "intervenção ilegal" foi confirmada na sequência de uma investigação que ainda está em curso sobre as comunicações de todos os membros do governo espanhol.

"Trata-se de factos confirmados e de uma enorme gravidade que indicam que se verificaram intrusões às instituições estatais e que são ilegais", acrescentou Bolaños, informando que os factos foram comunicados hoje à Audiência Nacional, sendo a intenção do governo apresentar uma denúncia.

As fontes citadas pela EFE disseram que o primeiro-ministro espanhol deixou de usar há poucos dias o aparelho que esteve sob escuta.

Na sequência da conferência de imprensa do governo espanhol, Oskar Matute, deputado independentista basco do partido EH Bildu disse que é necessário investigar - "para que não restem dúvidas" - se os factos anunciados hoje não foram levados a cabo "pelas cloacas do Estado" ou se foram efectuados autonomamente.  

Em declarações à rádio digital La Cafetera, Matute afirmou que a suposta espionagem contra o primeiro-ministro e a ministra da Defesa revela que as denúncias iniciais sobre a espionagem contra independentistas catalães "tinham fundamento" e não eram "exagero".

O novo líder do Partido Popular, Nuñes Feijóo expressou "apoio inequívoco" ao governo de Pedro Sanchéz e apelou à "preservação da segurança do Estado" e das instituições.

Feijóo pediu para que "se agravem as medidas de segurança para que sejam evitados casos de espionagem aos principais responsáveis" espanhóis.

Hoje, os deputados catalães da CUP (Candidatura de Unidade Popular) Carlos Riera, Albert Botran e David Fernàndez apresentaram uma queixa num tribunal de Barcelona contra alegados atos de espionagem através do programa informático Pegasus.  

De acordo com um comunicado da CUP, a queixa em nome dos três deputados refere que se trata de um delito contra a intimidade com intuito de "revelação de segredos".

Da mesma forma, a organização separatista catalã Ómnium Cultural indicou hoje que já apresentou uma queixa sobre eventuais atos de espionagem a membros do grupo.

Por outro lado, o Governo da Região Autónoma espanhola da Catalunha (Generalitat) anunciou que vai inspecionar periodicamente os telefones móveis de 500 responsáveis de cargos oficiais devido às ameaças levadas a cabo através de programas de espionagem como o Pegasus.

Anteriormente, foram denunciadas intrusões a dezenas de independentistas catalães, entre os quais o presidente da Generalitat, Pere Aragonès.



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