Quito - Dezoito polícias estão "desaparecidos" desde o ataque de terça-feira à noite a uma esquadra de polícia numa cidade do leste do Equador, anunciou hoje o ministro do Interior, Patricio Carillo.
Uma multidão de manifestantes atacou e incendiou um posto de polícia na cidade de Puyo, na província amazónica de Pastaza, declarou Carillo numa conferência de imprensa na capital equatoriana, Quito.
Os atacantes incendiaram o edifício quando os polícias ainda de se encontravam no interior, o que resultou em "seis polícias gravemente feridos, três foram feitos reféns [por uma comunidade indígena] e 18 polícias estão desaparecidos", precisou Carillo.
Os manifestantes também atearam fogo a uma sucursal de um banco, segundo o ministro.
Foi no decurso destes distúrbios que um manifestante foi morto e a sua morte anunciada à noite. Morreu ao "manipular um engenho explosivo", de acordo com a polícia, e "atingido no rosto, aparentemente por uma granada de gás lacrimogéneo", segundo uma organização não-governamental (ONG).
"Não nos vamos deixar intimidar. Vamos manter os mesmos dispositivos [de segurança]. A violência de Puyo mostra que eles (os manifestantes) não querem o diálogo", frisou o ministro.
"Mais uma vez, lançamos um apelo público para o diálogo ao movimento indígena e aos grupos radicais responsáveis por estes atos sem sentido", acrescentou Carillo.
O Presidente da República equatoriano, Guillermo Lasso, "reconhece as justas reivindicações e está a procurar criar um consenso", sublinhou o governante, a propósito dos protestos indígenas em curso no Equador há dez dias, para exigir a redução dos preços dos combustíveis e dos bens de primeira necessidade, que levaram já o chefe de Estado a decretar o estado de emergência em três províncias do país, incluindo a capital.
Em Quito, a situação era hoje de manhã relativamente calma, estando os manifestantes indígenas ocupados a almoçar e a preparar-se para uma nova jornada de protesto.