Energia e defesa sobem em bolsa, enquanto tecnológicas perdem

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  • Luanda • Domingo, 13 Março de 2022 | 12h28

A energia e a defesa são os sectores que mais têm valorizado em bolsa com o conflito na Ucrânia, enquanto as acções de crescimento e as tecnológicas têm sido mais afectados, segundo os analistas ouvidos pela Lusa.

"Os sectores que mais têm valorizado são os relacionados com energia e 'commodities' e regionalmente temos o Brasil também com uma boa apreciação. Adicionalmente, o sector da defesa também tem apresentado um bom comportamento", assinala Rui Castro Pacheco, 'head of investments' do Banco Best.

Apesar de considerar que não é verosímil antecipar oscilações nos diversos sectores dada a volatilidade em que se encontra o mercado, assim como a fluidez dos acontecimentos no leste da Europa, também Mário Martins, membro do Conselho de Administração da ActivTrades CCVTM, considera que, dependendo da evolução dos preços do petróleo, o sector energético poderá ser beneficiado.

"Desde logo com um fortalecimento do apetite pelas renováveis, enquanto, que o financeiro teria potencial de valorização acrescido em virtude do aumento dos juros, contudo a guerra poderá ditar um atraso nesse movimento de aumento", frisa.

O analista destaca ainda ser "incontornável" que o "sector da defesa, incluindo cibernética, terá anos de ouro nos próximos tempos, derivado do aumento dos gastos por parte de vários países europeus, a começar pelos 100 mil milhões de euros que a Alemanha vai investir no curto-prazo".

Henrique Tomé, analista da XTB, que também antecipa ganhos para o sector da defesa, dos quais destaca as empresas Lockheed Martin (setor aeroespacial) e a Northrop Grumman (indústria aeroespacial e defesa), espera que no longo prazo o setor financeiro também possa beneficiar com a possibilidade da entrada num ciclo de aumentos das taxas de juro.

Por outro lado, as acções de crescimento e o sector tecnológico reúnem consenso entre os analistas de que serão dos mais afectados pela incerteza provocada pelo conflito.

"Os sectores que mais têm descido são as tecnológicas e regionalmente, como seria de esperar, tudo o que pode ser considerado Europa de Leste", sublinha Rui Castro Pacheco.

O analista destaca que as variações chegam aos 30% desde o início deste ano.

"Havendo actualmente ainda alguma incerteza sobre se o conflito se manterá por muito mais tempo e/ou se existe alguma possibilidade de escalada ou mesmo alargamento nos intervenientes, é difícil perspectivar a evolução dos mercados nos próximos dias, mas pensamos que os maiores movimentos possam ter já acontecido e que não seria de esperar movimentos adicionais de grande dimensão", antecipa.

Mário Martins alerta, contudo, que "se o conflito se arrastar, quase todos os setores irão desvalorizar e de forma bastante similar, com exceção da defesa e petrolíferas que poderão valorizar".

Para já o mercado europeu deverá sofrer o maior impacto, devido à proximidade do conflito, segundo os analistas.

"Eventualmente, pela sua proximidade, a Europa pode sofrer um impacto maior, pelo menos numa primeira fase. É natural que a Europa tenha maiores interdependências com as economias vizinhas mais a Leste. Adicionalmente, a Europa "pagará um preço" superior na alternativa energética que tem que assegurar e também pela absorção de uma parte considerável dos refugiados", refere Rui Castro Pacheco, que acredita, contudo, que numa fase posterior de recuperação e reconstrução, também poderá ser a Europa a ser um dos maiores beneficiários.

Mário Martins recorda que uma das faces mais visíveis dessa permeabilidade é ter-se verificado "uma rotação de capital de activos europeus para activos norte-americanos durante esta semana".

 



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