Beijing - O chefe das Relações Externas do Partido Comunista Chinês (PCC) frisou a importância estratégica da relação entre Beijing e Brasília, num encontro com o secretário para as Relações Externas do Partido dos Trabalhadores do Brasil, segundo a agência Reuters.
Os dois países mantêm uma "cooperação frutífera" em várias áreas e uma "coordenação próxima" na governação das questões internacionais, considerou Wang Yi, quarta-feira, num encontro com Romênio Pereira, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.
Os laços bilaterais estão dotados de uma "perspectiva estratégica e de longo prazo", afirmou o director do Gabinete para as Relações Externas do PCC, durante o encontro realizado em Beijing.
O responsável lembrou ainda que as relações estão vinculadas ao desenvolvimento dos respectivos países e à paz e estabilidade mundiais.
"O Partido Comunista Chinês quer manter intercâmbios aprofundados de experiência em governação do Estado com o Partido dos Trabalhadores e abrir novas perspectivas para a parceria estratégica abrangente entre China e Brasil", apontou.
De acordo com a Xinhua, Romênio Pereira disse que o Partido dos Trabalhadores atribui grande importância ao intercâmbio de experiências com o PCC sobre a governação do Partido e do Estado, e que espera "impulsionar a cooperação bilateral em vários campos para os benefícios dos dois povos".
A deslocação de Romênio Pereira antecede a visita de Estado do líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, à China, que se deve realizar no final de Março, segundo fontes do governo brasileiro.
Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares (1 USD equivale Kz 503,4785), em 2004, para 135 mil milhões (126,5 mil milhões de euros), em 2021.
Nos últimos anos, a participação da China nas exportações do Brasil superou os 30%, à boleia do apetite do país asiático por matérias-primas, sobretudo soja e minério de ferro.
Entre 2007 e 2020, a China investiu, no total, 66 mil milhões de dólares (61,8 mil milhões de euros) no Brasil.
A relação entre China e Brasil arrefeceu durante o mandato de ex-presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil Ernesto Araújo, que foi entretanto substituído, adoptou mesmo uma retórica hostil face à China.GAR