Havana - Cuba vai sair da "situação complexa" em que se encontra, prometeu hoje (terça-feira) o Presidente Miguel Diaz-Canel, um ano depois das manifestações inéditas de 11 de Julho de 2021, enquanto a economia cubana atravessa a pior crise em 30 anos.
"Vamos sair desta situação complexa. E vamos sair revolucionando", declarou o chefe de Estado na rede social Twitter.
"A Revolução sempre se revolucionou, e fê-lo em contexto de cerco económico, político e ideológico constante", acrescentou, referindo-se às sanções dos EUA e ao embargo norte-americano em vigor desde 1962.
Um ano depois, dia por dia, das manifestações históricas de 11 de Julho, quando milhares de cubanos saíram às ruas gritando "Liberdade" e "Nós temos fome", os habitantes de Havana dedicavam-se às suas ocupações habituais, constatou a AFP.
Não obstante, uma quinzena de opositores, artistas ou jornalistas independentes acusaram, também na rede social Twitter, a polícia de os ter prevenido para ficarem em casa. Alguns adiantaram que a polícia estava mesmo dentro de suas casas.
Uma forte presença de polícias à paisana era visível em vários pontos nevrálgicos da capital.
Há um ano, em 11 e 12 de Julho, milhares de cubanos protestaram em 50 cidades, em contexto de profunda crise económica, a pior que o país atravessa desde há 30 anos.
Estes protestos, inéditos desde a revolução de 1959, causaram um morto e dezenas de feridos, com mais 1.300 pessoas detidas, segundo a organização não-governamental Cubalex, sedeada em Miami, nos EUA:
Segundo o governo, 790 manifestantes estão processados, dos quais 488 já foram condenados, alguns com penas até 25 anos de prisão.