Washington - Pelo menos 17 milhões de europeus sofreram covid-19 persistente nos primeiros dois anos da pandemia, segundo um estudo divulgado na terça-feira, apontando que as mulheres são duas vezes mais propensas a sofrerem com esta condição.
A investigação demonstrou, especificamente, um aumento de 307% nos casos de covid-19 persistente diagnosticados entre 2020 e 2021, devido ao aumento de infecções desde o final de 2020 e ao longo de 2021.
Refere um estudo do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Escola de Medicina da Universidade de Washington para a região europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O estudo sugere que as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens a sofrer de covid-19 persistente e que o risco aumenta dramaticamente entre casos graves que necessitam de hospitalização, com uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens propensos a desenvolver esta doença por um longo período.
A maioria das pessoas que passaram pela covid-19 recuperam por completo, mas entre 10 e 20% desenvolveram efeitos a médio e longo prazo.
O director regional da OMS para a Europa, Hans Henri P. Kluge, destacou que embora haja estudos sobre a persistência da covid-19, em populações vacinadas e não vacinadas a necessidade urgente de mais análises.
Aumentando o investimento, apoio e solidariedade com aqueles que se encontram nesta condição.
Da mesma forma, o director do IHME, Christopher Murray, detalhou que quase 145 milhões de pessoas em todo o mundo sofreram, nos primeiros dois anos da pandemia.
De qualquer um dos três grupos de sintomas persistentes da covid-19, fadiga com dor no corpo e alterações de humor, problemas cognitivos e falta de ar.
"Saber quantas pessoas são afectadas e durante quanto tempo é importante para os sistemas de saúde e agências governamentais desenvolverem serviços de reabilitação e apoio", realçou.
Também é fundamental que os empregadores entendam o problema, para que sejam criadas acomodações especiais para ajudar aqueles que enfrentam limitações, acrescentou.
Para ajudar a colmatar as lacunas no conhecimento e ajudar as pessoas que vivem com covid-19 persistente, a região europeia da OMS anunciou um acordo com a Long COVID Europe, uma organização em rede composta por 19 associações de doentes com sede em estados em toda a Europa.