Seul - O presidente sul-coreano,Yoon Suk-yeol, disse hoje que o seu Governo nega entrar no caminho da dissuasão nuclear, na sequência do aumento das capacidades das armas da Coreia do Norte, que disparou hoje dois mísseis de cruzeiro.
Suk-yeol pediu a Pyongyang que retome as conversações e a diplomacia, destinadas a trocar as etapas da desnuclearização dos norte-coreanos por benefícios económicos.
Este pedido ocorre horas depois dos militares sul-coreanos terem detectado o disparo de dois mísseis pela Coreia do Norte a partir da cidade costeira ocidental de Onchon, em território norte-coreano, em direcção ao mar.
Até ao momento, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul não divulgou mais detalhes sobre o lançamento destes dois mísseis.
O gabinete de Yoon disse que o director de segurança nacional sul-coreano, Kim Sung-han, discutiu o lançamento com outras autoridades.
Antes de Yoon dirigir-se aos jornalistas numa conferência de imprensa e reafirmar a prontidão militar da Coreia do Sul.
Yoon afirmou aos jornalistas que a Coreia do Sul não deseja mudanças políticas à força na Coreia do Norte e apelou ao retorno das negociações para a construção de uma paz sustentável.
Estas declarações acontecem dias depois do líder sul-coreano ter proposto um pacote de assistência económica "audacioso" à Coreia do Norte se o país abandonasse o seu programa de armas nucleares.
O primeiro-ministro sul-coreano evitou fazer duras críticas aos norte-coreanos, mesmo depois de estes terem ameaçado com uma retaliação "mortal" devido ao surto de covid-19 no seu país, o qual atribuem à Coreia do Sul.
A proposta de Yoon é, nomeadamente, uma ajuda em larga escala em alimentos, em medicamentos e saúde e na modernização do campo da energia e infra-estruturas portuárias, assemelhando-se a ofertas sul-coreanas anteriores que foram rejeitadas pela Coreia do Norte.
A Coreia do Norte aumentou os seus testes de mísseis para um ritmo recorde em 2022, lançando mais de 30 armas balísticas até agora, incluindo os seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais em quase cinco anos.