Pyongyang - A Coreia do Norte disse hoje ter ordenado às forças armadas que efectuem disparos de artilharia na zona costeira, pelo segundo dia consecutivo, numa resposta a exercícios de fogo real da Coreia do Sul, junto à fronteira.
A declaração do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia do Norte surge um dia depois das altas chefias militares de Seul terem dito que Pyongyang tinha feito mais de 130 disparos de artilharia na zona costeira, agravando a situação entre os dois países.
Um porta-voz militar norte-coreano não identificado disse que os disparos de artilharia planeados para hoje são um alerta para o Sul depois de Pyongyang ter detectado sinais de exercícios de artilharia sul-coreana junto à fronteira terrestre.
O exército sul-coreano está a conduzir exercícios de fogo real, envolvendo vários sistemas de lançamento de foguetes e canhões, em dois campos de testes separados na região de Cheorwon, que começaram na segunda-feira e continuam até quarta.
O Exército da Coreia do Norte tinha confirmado na segunda-feira que instruiu unidades costeiras no oeste e leste do país a disparar artilharia, como um aviso, depois de detectar dezenas de projéteis sul-coreanos a sudeste de Cheorwon.
A Chefe de Estado Maior Conjunto da Coreia do Sul disse que os projéteis de segunda-feira atingiram o norte da zona tampão criada em 2018 no quadro do acordo entre as duas Coreias com vista a reduzir as tensões militares.
Mesmo assim, os militares da Coreia do Sul emitiram um aviso verbal pedindo à Coreia do Norte que ponha fim aos disparos e que cumpra o acordo estabelecido entre os dois países.
O Japão e a Coreia do Sul anunciaram na sexta-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, numa resposta à intensificação dos ensaios de mísseis de Pyongyang.
Seul adiantou que as sanções afectam oito indivíduos e sete empresas ligadas a operações de aquisição para o desenvolvimento de armas de destruição maciça, de acordo com uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul.
Os disparos de artilharia ocorrem num momento de grande tensão, depois de Pyongyang ter realizado um número recorde de testes de mísseis em Novembro, em resposta às manobras militares conjuntas de Seul e Washington, dando origem a uma perigosa escalada na península coreana.
De acordo com imagens de satélite, é possível que o regime norte-coreano realize, em breve, um novo teste nuclear, para o qual está preparado há vários meses.