Washington - Congressistas democratas dos EUA pediram hoje ao secretário de Estado, Antony Blinken, que os 300 milhões de euros em ajuda militar para o Egipto não sejam aprovados até que este país mostre compromisso com os direitos humanos.
A carta é encabeçada pelo democrata Gregory Meeks, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes e por outros seis congressistas do mesmo partido.
Este grupo reconhece o importante papel que o Egipto tem desempenhado no Médio Oriente e a relação histórica com os Estados Unidos, mas manifesta preocupação com as "violações sistemáticas dos direitos humanos" naquele país, para os congressistas "ameaça desestabilizá-lo".
O texto menciona as "dezenas de milhares" de egípcios, incluindo jornalistas, opositores políticos ou defensores dos direitos humanos, que estão presos por acusações políticas e muitos casos submetidos a "maus-tratos e tortura".
Também enfatiza que o país detém norte-americanos com residência permanente no país ou parentes de norte-americanos por acusações políticas, em alguns casos também sem assistência médica adequada ou representação legal independente.
Os congressistas instam o Departamento de Estado a verificar se o país tomou medidas efectivas para aplicar os critérios exigidos por lei, antes de dar a sua aprovação aos 300 milhões de euros em ajuda militar.
Os norte-americanos defendem a implementação de reformas que protejam a liberdade de expressão, responsabilização pela aplicação da lei, ou a investigação de execuções extrajudiciais.
Os congressistas solicitam ainda que estes direitos sejam defendidos na relação bilateral com o Egipto, numa altura em que o governo liderado por Joe Biden procura priorizar os direitos humanos "na sequência da infeliz renúncia aos princípios democráticos pelo governo de Donald Trump".