Washington - Cada um dos 50 estados norte-americanos reúne hoje o grupo de Grandes Eleitores que escolherá o próximo Presidente dos Estados Unidos, não sendo esperadas surpresas na nomeação do democrata Joe Biden.
O Colégio Eleitoral é o grupo de Grandes Eleitores requerido pela Constituição norte-americana para eleger o Presidente e o vice-Presidente, após as eleições que decorrem a cada quatro anos, em função da votação em cada estado.
Nas eleições de 03 de Novembro, o democrata Joe Biden conseguiu os votos suficientes para garantir 306 Grandes Eleitores - bem acima dos 270 necessários para a maioria dos 538 votos no Colégio Eleitoral - contra 232 de Trump.
Contudo, cada Grande Eleitor tem a liberdade de escolher o candidato em que votará na reunião de hoje, podendo mesmo desrespeitar as indicações manifestadas pelo voto popular.
Nas eleições de 2016, pela primeira vez desde 1808, vários Grandes Eleitores votaram contra o candidato presidencial que deveriam representar: cinco democratas rebelaram-se contra a candidata presidencial Hillary Clinton (nos estados de Washington e Hawai) e dois republicanos rebelaram-se contra o candidato republicano Donald Trump (no Texas).
Os analistas dizem que, este ano, os dois partidos tiveram cuidados acrescidos na escolha dos delegados do Colégio Eleitoral, não sendo de esperar a existência de muitos dissidentes, apesar da contestação de votos por parte dos republicanos em vários estados.
Donald Trump ainda tentou exercer pressão sobre os 16 delegados do Michigan, onde Joe Biden venceu por mais de 154 mil votos, mas sem sucesso aparente.
O Presidente cessante convidou líderes do congresso estadual do Michigan para se reunirem com ele em Washington, no final de Novembro, numa tentativa de os convencer a não validarem os resultados das urnas.
No início de Dezembro, Trump fez nova tentativa no Michigan, desta vez para levar o congresso estadual a escolher 16 delegados do Colégio Eleitoral que votassem nele hoje, apesar da derrota eleitoral naquele estado.
De acordo com relatos de legisladores, Trump telefonou pessoalmente a vários congressistas estaduais do Michigan, alegando que, perante uma situação de "fraude eleitoral", os delegados do Colégio Eleitoral não deveriam ser representantes de Joe Biden.