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Colégio de Jornalistas da Venezuela pede liberdade para profissionais detidos

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  • Luanda • Sábado, 28 Dezembro de 2024 | 11h53

Caracas - O Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela, entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, pediu hoje às autoridades que libertem nove jornalistas detidos por motivos políticos.

"Já foram libertados seis colegas, todos com medidas cautelares (decisões judiciais de carácter temporário que substituem a prisão), mas nove outros continuam detidos arbitrariamente", disse hoje o secretário-geral do Colégio Nacional de Jornalistas (CNP, sigla em castelhano).

Édgar Cárdenas falava aos jornalistas à margem de uma missa efectuada na sede do CNP, em Caracas, com o propósito de pedir a liberdade plena para os colegas detidos.

Segundo Édgar Cárdenas os jornalistas detidos são Biagio Pilieri, Víctor Ugas, Fernando Chuecos, José Gregorio Camero, Roland Carreño, Carlos Julio Rojas, Luis López, Gabriel González e Ramón Centeno.

Cárdenas disse que o jornalista Víctor Ugas está detido por ter discutido com um 'tiktoker' identificado com o chavismo, estando sujeito a uma pena de 30 anos de prisão.

O CNP instou ainda os jornalistas a condenar a "Lei Orgânica Libertador Simón Bolívar, contra o Bloqueio Imperialista e em Defesa da República Bolivariana da Venezuela", aprovada em finais de Novembro pela Assembleia Nacional, onde o chavismo detém a maioria, e que prevê pemas de prisão entre os 25 e os 30 anos, e multas de mais de um milhão de euros, a quem alegadamente apoiar as sanções internacionais.

"É um instrumento que avança para controlar a informação, censurá-la e silenciá-la", disse Cárdenas. "Para a profissão é alarmante, porque é mais um passo na violação [dos direitos] dos jornalistas e dos media", e do dever de informar, tratando-se assim de mais um instrumento de censura na Venezuela, segundo o dirigente do CNP.

O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), por seu lado, anunciou que foram recentemente libertados os jornalistas Gilberto Reina, Deisy Peña, Ana Carolina Guaita, Yousner Alvarado e Paúl León, que tinham sido detidos no contexto dos protestos pós-eleitorais ocorridos após as últimas eleições presidenciais na Venezuela.

A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao actual Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.

A oposição afirma que Edmundo González Urrutia (actualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente.

O próximo Presidente da Venezuela tomará posse a 10 de Janeiro de 2025, para um mandato de seis anos.
Segundo a organização não-governamental (ONG) venezuelana Fórum Penal (FP), 1.849 pessoas estão detidas na Venezuela, por motivos políticos.

Ainda segundo a FP, na última semana, registaram-se 15 novas detenções e 43 libertações, enquanto mais de nove mil outras pessoas continuavam "submetidas arbitrariamente" a restrições à sua liberdade.

Segundo a FP, 1.628 presos políticos são homens e 221 mulheres, e 1.687 são civis e 162 militares, de diferentes ramos das Forças Armadas. A FP acrescenta que todos os 1849 prisioneiros são adultos.

"Desde 2014 registaram-se 18.109 detenções políticas na Venezuela. A FP deu assistência a mais de 14.000 detidos, (actualmente) libertados, e a outras vítimas de violações aos seus direitos humanos", explica a ONG na sua conta do Twitter.CS
 





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