Beijing - A China expressou hoje as suas "profundas condolências" na sequência da morte, no domingo, do antigo Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, cujo mandato ficou marcado pelo reconhecimento diplomático da República Popular da China por parte de Washington.
"Jimmy Carter deu uma contribuição significativa para o desenvolvimento das relações sino-norte-americanas e para a promoção de intercâmbios amigáveis e da cooperação entre as duas nações, que muito apreciamos", recordou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em conferência de imprensa.
"Ele foi um dos principais arquitectos e decisores do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos", apontou.
Em Janeiro de 1979, durante o curto mandato de Carter, os Estados Unidos reconheceram diplomaticamente a República Popular da China, cortando assim as suas relações oficiais com o regime de Chiang Kai-shek, derrotado pelo exército comunista e exilado em Taiwan desde 1949.
Os Estados Unidos comprometeram-se a manter relações não oficiais e a fornecer armas a Taiwan, a fim de evitar qualquer resolução militar do conflito.
Nesse mesmo ano, o líder chinês Deng Xiaoping, arquitecto das grandes reformas económicas do país, encontrou-se com Jimmy Carter durante uma visita histórica aos Estados Unidos.
O 39.º Presidente norte-americano incentivou posteriormente o intercâmbio comercial e académico entre as duas potências, reforçando a abertura progressiva da China.
Carter não visitou a China durante a sua presidência, mas visitou-a antes e depois do seu mandato.
O antigo líder visitou a China pela primeira vez em 1949, quando era um jovem oficial da marinha. Depois, visitou o país em 1981, pouco depois de deixar o cargo, e novamente em 1991.
Também visitou a China em Julho de 1997, tendo passado vários dias numa pequena aldeia da província oriental de Shandong.CS