Pequim - A China anunciou esta terça-feira que entrou em "alerta máximo" e que vai lançar "uma série de operações militares", que considera como "contra-medidas", após a líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, ter aterrado em Taiwan.
Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa chinês, Wu Qian, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Pequim vai "defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial" da China.
Antes, a Xinhua tinha noticiado que o exército chinês vai realizar entre quinta-feira e domingo exercícios navais militares, que incluem fogo real, em seis áreas marítimas em redor da ilha de Taiwan.
Por outro lado, e sobre a visita de Pelosi, segundo também a Xinhua, o Gabinete de Trabalho para Taiwan do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC) defendeu hoje que o "conluio" do Partido Democrático Progressista (DPP) de Taiwan com os Estados Unidos "trai os interesses nacionais [chineses] e só empurrará" a ilha para o "abismo".
A China considerou hoje que a visita de Pelosi, "à região chinesa de Taiwan" demonstra uma atitude "extremamente perigosa" dos Estados Unidos.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirma condenar "veementemente" a visita de Pelosi, que "desconsiderou as severas advertências" de Pequim, e "envia sinais errados" às "forças separatistas que procuram a independência de Taiwan".
"[A visita] é uma grave violação ao princípio de uma só China. [...] Tem um grande impacto nas relações políticas entre a China e os Estados Unidos e infringe gravemente a soberania e a integridade territorial da China, prejudicando gravemente a paz e a estabilidade em todo o estreito de Taiwan", lê-se no comunicado, que adianta que Pequim já apresentou "fortes protestos" contra os EUA.
"Há apenas uma China no mundo. Taiwan é uma parte inalienável do território da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China. Isso foi claramente reconhecido pela Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1971", argumenta-se no comunicado.
A presidente da Câmara dos Representantes norte-americana aterrou cerca das 15:43 (hora de Lisboa) em Taiwan, apesar de a China ter ameaçado com "consequências desastrosas" caso se confirmasse a visita de Pelosi àquele território.