Beijing - China garantiu hoje que "nunca interferiu" na gestão do Canal do Panamá e que "sempre respeitou" a soberania panamiana sobre a infra-estrutura, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter insistido que o canal está sob controlo do país asiático.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que "a soberania e a independência do Panamá não são negociáveis", noticia a Lusa.
"O canal não está sujeito ao controlo directo ou indirecto de nenhuma grande potência", afirmou Mao.
Segundo ele, a China não participa na gestão e no funcionamento do canal, nunca interferiu nos seus assuntos e sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal".
Salientando que a China "reconhece o canal como uma via navegável permanentemente neutra para o tráfego internacional".
A porta-voz disse ainda que a China apoia as declarações do presidente do Panamá, José Raúl Mulino, que defendeu que o canal "é e continuará a ser do Panamá" e que a sua administração continuará a estar sob controlo panamiano "com respeito pela sua neutralidade permanente".
Na passada segunda-feira, Trump disse no seu discurso de tomada de posse que "a China está a operar o Canal do Panamá".
"Mas nós não o demos à China. Demos ao Panamá e vamos recuperá-lo", avisou o líder republicano.
Para além da alegada presença da China na via navegável, Trump alegou que os navios norte-americanos pagam uma portagem elevada e não são tratados "de forma justa", alegações que também têm sido negadas pelo governo panamiano desde Dezembro passado. GAR