Beijing - A China manifestou hoje forte insatisfação e oposição às "sanções irracionais" impostas pela União Europeia (UE) contra algumas empresas do país asiático, pelo seu alegado apoio à Rússia na guerra na Ucrânia.
"A China sempre se opôs a sanções unilaterais que não têm base no direito internacional e não são autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU", afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.
Lin Jian afirmou que o seu país "sempre tentou facilitar as negociações de paz na Ucrânia" e "nunca forneceu armas às partes em conflito".
No entanto, a China controla rigorosamente a exportação de produtos de dupla utilização, acrescentando o porta-voz.
Assegurando que o controlo das exportações de veículos aéreos não tripulados ('drones') é "o mais rigoroso do mundo.
De acordo com o porta-voz, "os contactos e a cooperação normais entre as empresas chinesas e russas não devem ser interferidos", sublinhando que "a maior parte dos países, incluindo a Europa e os Estados Unidos, mantêm actualmente relações comerciais com a Rússia".
Lin instou a UE a "não aplicar dois pesos e duas medidas na questão da cooperação económica e comercial com a Rússia", "deixar de difamar e culpar a parte chinesa de forma infundada" e "deixar de prejudicar os interesses legítimos das empresas chinesas".
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE apoiaram a inclusão de 84 nomes na lista de entidades penalizadas: 54 pessoas e 30 empresas consideradas responsáveis por acções que comprometem ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia.
As entidades são principalmente empresas de defesa russas e companhias de navegação responsáveis pelo transporte marítimo de petróleo bruto e produtos petrolíferos, que "proporcionam receitas significativas ao governo russo", de acordo com a UE.
Pela primeira vez foram impostas sanções (proibição de viajar, congelamento de bens e proibição de disponibilizar recursos económicos) a uma série de entidades chinesas que fornecem 'drones' e componentes micro-eletrónicos para apoiar a guerra.
Desde o início do conflito na Europa, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos os países", em referência à Rússia, com a qual intensificou os seus laços nos últimos anos. GAR