Pequim - Um tribunal chinês condenou hoje um homem a 24 anos de prisão pelo ataque violento a quatro mulheres, num caso que causou indignação pública, além de outros crimes, como roubo e organização ilegal de jogos de azar.
O Tribunal Popular do Distrito de Guangyang, no norte da província de Hebei, anunciou em comunicado que o homem, Chen Jizhi, era o líder de um grupo criminoso, envolvido em várias actividades ilegais.
O tribunal também condenou outras 27 pessoas. As acusações incluem a abertura ilegal de casinos, roubo, ciber-crime ou agressões físicas, e as sentenças variam entre seis meses e 11 anos.
As autoridades iniciaram a investigação a Chen depois de ele e outros homens terem agredido violentamente três mulheres num restaurante.
As imagens do ataque foram registadas pelas câmaras de vigilância no local e difundidas nas redes sociais, o que gerou indignação generalizada no país.
O grupo de homens espancou as mulheres com cadeiras e garrafas de cerveja, resultando na hospitalização de duas das vítimas.
Chen atacou uma das mulheres depois de ela ter rejeitado os seus avanços. A agressão e a indignação pública renovaram o debate sobre a misoginia e maus-tratos às mulheres no país asiático.
No início deste ano, um vídeo viral de uma mulher acorrentada a uma parede, numa barraca no interior do país, gerou reacções, depois de as autoridades inicialmente negarem tratar-se de uma vítima de tráfico humano.
Mais tarde, apurou-se que a mulher tinha sido vendida como noiva. Inicialmente, a polícia prendeu nove pessoas pelo ataque às quatro mulheres.
A investigação sobre a agressão evoluiu para um caso mais amplo sobre actividades criminosas e corrupção.
Em Agosto passado, o órgão anti-corrupção do Partido Comunista em Hebei anunciou que estava a investigar 15 funcionários por corrupção e envolvimento em "organizações malignas" associadas aos agressores.
Os 15, incluindo o director do departamento de segurança pública de Tangshan e agentes de várias esquadras da polícia, são suspeitos de abuso de poder, suborno e outros crimes.