Atenas - O chefe da estação de comboios da cidade grega de Larissa foi acusado, esta sexta-feira, de homicídio por negligência, perturbação da segurança do tráfego de transportes e lesões corporais.
A informação foi avançada pelas autoridades, citadas pela imprensa grega, acrescentando ainda que o arguido, que decidiu não testemunhar, tem até ao próximo sábado para o fazer.
As acusações podem ser puníveis com entre dez anos de cadeia e prisão perpétua.
Recorde-se que o porta-voz do governo da Grécia, Yiannis Economou, já tinha avançado que o homem tinha assumido a responsabilidade pelo acidente.
O responsável foi detido pelas autoridades poucas horas depois do acidente, que resultou do choque de um comboio de passageiros e outro de carga e que fez pelo menos 46 mortos e dezenas de feridos.
O chefe de estação terá dito que quando se apercebeu da situação, antes do acidente, ainda tentou mudar a trajectória de uma das composições, mas o veículo não terá obedecido.
Está a decorrer uma investigação, mas o acidente terá sido resultado de uma "falha humana", que fez com que os comboios - em direcções contrárias - colidissem na mesma linha, causando o descarrilamento e incêndio em algumas carruagens.
O ministro dos Transportes da Grécia não tardou em demitir-se e horas depois, algumas pessoas organizaram um tributo às vítimas, junto à sede da Hellenic Train, empresa responsável pelos caminhos-de-ferro do país.
Os ânimos, no entanto, exaltaram-se, e houve alguma desordem, com manifestantes a atirar pedras e a atear fogueiras, enquanto a polícia também teve de lançar gás lacrimogéneo.