Bucareste - A primeira volta das eleições presidenciais na Roménia terminou hoje com uma surpreendente vitória do candidato independente Calin Georgescu sobre o actual primeiro-ministro, o social-democrata Marcel Ciolacu, que enfrentará na segunda volta dentro de duas semanas.
Quando estavam contados 88% dos votos, Calin Georgescu recebeu menos de um ponto percentual a mais do que Marcel Ciolacu, com 21,99% e 21,53%, respectivamente.
Estes resultados significam que serão estes os dois candidatos que participarão na segunda volta das eleições que se realizarão a 08 de Dezembro.
Numa primeira reacção, a imprensa romena fala de "uma tremenda surpresa" e de "resultados inesperados".
Com as suas ideias radicais e declarações pró-russas, "conseguiu alcançar um resultado surpreendente na primeira volta, permanecendo praticamente invisível para os principais meios de comunicação social", diz o portal Transtelex.ro sobre Calin Georgescu, acrescentando que a campanha do candidato foi conduzida nas redes sociais, incluindo o TikTok.
"Quero agradecer a todos os romenos que votaram hoje. Foi um sinal claro de que a Roménia é uma democracia forte e estou contente por a votação ter decorrido sem incidentes graves", disse o social-democrata Marcel Ciolacu na rede social Facebook após o encerramento das assembleias de voto.
Calin Georgescu afirmou, após o fecho das urnas, que as eleições foram "um surpreendente despertar de consciências", segundo o jornal online Digi24.ro.
Os dois candidatos que mais perderam na primeira volta foram o candidato de extrema-direita, George Simion e a liberal-conservadora, Elena Lasconi, ambos com 15%, quando antes das eleições pareciam estar a competir pelo segundo lugar.
Entre a primeira e a segunda volta (em 08 de Dezembro) das eleições presidenciais, realizar-se-ão também na Roménia, dentro de uma semana, as eleições legislativas.
Cerca de 9,5 milhões de romenos um pouco mais de 52% dos 18 milhões de romenos com direito de voto, foram hoje às urnas, numa participação ligeiramente superior à registada há cinco anos.
Trata-se da nona eleição de um chefe de Estado desde a queda da Cortina de Ferro, a chamada "Revolução de Dezembro" (1989).
O presidente eleito substituirá o actual chefe de Estado, o liberal Klaus Iohannis, que ocupou o cargo durante 10 anos. GAR