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Boris Johnson vai anunciar novas medidas de combate a imigração ilegal

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  • Luanda • Quinta, 14 Abril de 2022 | 06h42
Boris Johnson, Primeiro Ministro Britânico
Boris Johnson, Primeiro Ministro Britânico
Divulgação

​​​​​​​Londres - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai apresentar hoje, quinta-feira, novas medidas para combater a imigração ilegal pós-'Brexit', após um ano de recorde de travessias de migrantes no canal da Mancha, anunciou nesta quarta-feira Downing Street.

Johnson deve anunciar medidas "para desmantelar as estruturas de traficantes, intensificar as operações na Mancha, perseguir judicialmente mais criminosos e pôr fim ao comércio bárbaro da miséria humana", indicou o gabinete do chefe do executivo britânico em comunicado.

A apresentação destas novas medidas ocorre numa altura em que o primeiro-ministro está em dificuldades, depois de ter sido terça-feira notificado de que seria multado por causa das festas realizadas em Downing Street durante os períodos de confinamento decretados para deter a pandemia de covid-19 - um escândalo que afectou a sua popularidade de longa data.

Apesar de Boris Johnson ter feito do combate à imigração ilegal a sua prioridade após o 'Brexit' (saída do Reino Unido da União Europeia), as travessias continuaram a aumentar no canal da Mancha.

Mais de 28.500 pessoas efectuaram esse percurso em 2021, em contraste com 8.466 em 2020, 1.843 em 2019 e 299 em 2018, segundo números do Ministério do Interior britânico.

"Cerca de 600 (migrantes) atravessaram a Mancha ontem", dirá o primeiro-ministro na quinta-feira, acrescentando: "Compreendo que as pessoas procurem uma vida melhor (...) e a esperança num novo começo, mas essa esperança, esses sonhos, foram explorados. Os contrabandistas estão a abusar de pessoas vulneráveis e a fazer do canal da Mancha um cemitério subaquático".

O Ministério do Interior britânico deverá ainda anunciar um acordo "migratório e de desenvolvimento económico" com o Rwanda, assinado pela ministra, Priti Patel.

Há meses que Johnson e o seu Governo tentam concluir acordos com países terceiros para onde enviar os migrantes enquanto aguardam o processamento dos seus casos. O Rwanda e o Ghana foram referidos, mas o Ghana negou firmemente, em Janeiro, estar em conversações com o Reino Unido sobre essa matéria.

Johnson argumentará que o Reino Unido não pode "sustentar um sistema ilegal paralelo" de imigração.

"A nossa compaixão pode ser infinita, mas a nossa capacidade para ajudar as pessoas não é", afirmará o dirigente conservador, que está a tentar retomar as rédeas do seu mandato após ter sido multado no âmbito do que ficou conhecido como o "Partygate".

"Tal como o Brexit nos permitiu recuperar o controlo da imigração legal, ao substituir a livre circulação de pessoas (dentro da União Europeia) pelo nosso sistema de pontos, também estamos a recuperar o controlo da imigração ilegal, com um plano a longo prazo para o asilo neste país", dirá, segundo o texto avançado por Downing Street.

Este plano proporcionará, segundo o chefe do executivo britânico, "uma oferta de asilo líder no mundo", que fornecerá "uma protecção generosa àqueles que fogem do pior da humanidade, acolhendo milhares de pessoas por ano através de rotas seguras e legais".

O parlamento britânico está também prestes a aprovar uma lei que pode autorizar a criação de centros no estrangeiro para onde deportar migrantes durante o período em que os seus pedidos estão a ser avaliados ou ainda autorizar a guarda costeira a expulsar embarcações com migrantes das águas territoriais britânicas.

Segundo o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), essa lei, se for aprovada, violará a Convenção de Genebra sobre os Refugiados, da qual o Reino Unido é signatário.





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