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Biden adverte Putin que atacar Ucrânia terá 'custos severos' para a Rússia

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  • Luanda • Domingo, 13 Fevereiro de 2022 | 15h42
Arte das fotos dos Presidentes da Russia, Vladimir Putin e dos EUA,  Joe Biden
Arte das fotos dos Presidentes da Russia, Vladimir Putin e dos EUA, Joe Biden
Arte de Osvaldo Pedro

Washington - O presidente norte-americano, Joe Biden, advertiu neste sábado (12) ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, sobre os "custos severos" que a Rússia enfrentará se invadir a Ucrânia, ao fim de um dia de intensos esforços diplomáticos que não conseguiram reduzir as tensões em torno desta ex-república soviética.

Putin disse que a suspeita de um ataque contra a Ucrânia era uma "especulação provocativa" e o seu assessor diplomático, Yury Ushakov, denunciou um "auge" da "histeria" americana.

Ushakov anunciou, no entanto, que durante um telefonema de cerca de uma hora, os dois presidentes "concordaram em manter os contactos a todos os níveis" para desactivar a crise.

A Casa Branca, por sua vez, informou que nesta conversa, Biden "deixou claro que se a Rússia empreender uma invasão, os Estados Unidos, juntamente com os aliados, responderão decisivamente e irão impor custos rápidos e severos à Rússia".

Biden "reiterou" que atacar a Ucrânia "provocaria um sofrimento humano generalizado e diminuiria a posição da Rússia".

Putin conversou anteriormente com o presidente francês, Emmanuel Macron, que lhe advertiu que "um diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar" na Ucrânia, informou a Presidência francesa.

Segundo o Kremlin, Putin criticou nesta conversa as "entregas em larga escala de armamento moderno" à Ucrânia e assegurou que estas criam "condições para possíveis acções agressivas das forças ucranianas" no leste do país, onde fica uma região controlada por separatistas pró-russos há oito anos.

A possibilidade de uma guerra levou vários países ocidentais a recomendarem aos seus cidadãos que deixassem a Ucrânia.

O Canadá anunciou neste sábado a transferência da sua embaixada de Kiev para Lviv, perto da fronteira com a Polónia.

A própria Rússia admitiu que está a reduzir o seu pessoal diplomático em Kiev, argumentando que se deve às provocações "ucranianas" e dos países ocidentais.

Na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que a ofensiva é uma "possibilidade muito, muito real".

As autoridades americanas não descartam que a Rússia tome essa decisão mesmo durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam a 20 de Fevereiro.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que os comentários dos EUA eram muito alarmistas, embora reconhecesse o risco de uma invasão.

"Todas essas informações estão a causar pânico e não estão a nos ajudar", disse o líder ucraniano.

Milhares de manifestantes protestaram em Kiev, dizendo que se recusavam a entrar em pânico.

"O pânico é inútil. Devemos nos unir e lutar pela nossa independência", disse a estudante Maria Shcherbenko, que levava um cartaz que dizia "Permaneço tranquila. Amo a Ucrânia".

A crise surgiu depois da mobilização de mais de 100 mil militares russos para a fronteira com a Ucrânia há várias semanas.

Moscovo tem negado reiteradamente que queira atacar a antiga república soviética, mas exige certas garantias na questão da segurança, entre elas que a OTAN não admita entre os seus membros a Ucrânia, um ponto inegociável para o Ocidente.

A lista de países que pedem a saída dos seus cidadãos da Ucrânia continua a crescer, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália, Japão e Israel.

A companhia aérea holandesa KLM suspendeu os voos para a Ucrânia no sábado "até nova orientação".

Neste sábado, a Rússia começou novas manobras navais no mar Negro para "defender a costa marítima da península da Crimeia", anexada em 2014, de potenciais ameaças.

O ministério russo da Defesa destacou que a sua Marinha tinha expulsado um submarino americano das suas águas no oceano Pacífico.

"Não há verdade na versão russa de nossas operações em suas águas territoriais", retrucaram as forças armadas americanas.

Nos últimos dias, a Rússia também realiza manobras na Bielorrúsia, nas fronteiras da União Europeia e da Ucrânia. Para os países ocidentais, todos esses exercícios são particularmente preocupantes porque cercam o território da Ucrânia militarmente.





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