Bruxelas – Os dirigentes dos países da União Europeia “rejeitam e condenam a anexação ilegal” pela Rússia de quatro regiões ucranianas, indicaram esta sexta-feira os Estados-membros numa declaração, acusando Moscovo de pôr “a segurança mundial em perigo”.
Em um comunicado divulgado pelo Conselho Europeu, os líderes da região afirmam: "Não reconhecemos e nunca reconheceremos os referendos ilegais que a Rússia criou como pretexto para esta nova violação da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia".
A nota foi divulgada enquanto em Moscovo o presidente Vladimir Putin liderava a cerimónia para a anexação formal à Rússia dos territórios de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e Kherson e Zaporizhzhia, no sul.
"Nunca reconheceremos esta anexação ilegal. Essas decisões são nulas e sem efeito, não podem produzir nenhum efeito legal. Crimeia, Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk são Ucrânia", afirmaram os líderes europeus em seu comunicado.
De acordo com os líderes europeus, a Ucrânia exerce seu direito legítimo de defesa da agressão russa para recuperar o controle total de seu território e tem o direito de libertar os territórios ocupados dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
A Rússia advertiu que, com a anexação, as quatro regiões passarão a fazer parte do território russo e, portanto, o país se reserva o direito de usar todos os recursos disponíveis para defendê-las, em uma clara referência às armas nucleares.
Em seu comunicado, no entanto, os líderes europeus garantem que "as ameaças nucleares formuladas pelo Kremlin (...) não quebrarão nossa determinação" de apoiar a Ucrânia.