Daca - O Tribunal Supremo do Bangladesh validou hoje o Governo provisório de Muhammad Yunus, que tomou posse esta semana após a queda do Governo de Sheikh Hasina, depois de semanas de protestos e repressão que deixaram pelo menos 400 mortos.
A confirmação judicial do governo provisório, composto pelo Prémio Nobel Muhammad Yunus e mais de uma dúzia de conselheiros da sociedade civil, ocorre pouco depois de o filho da antiga dirigente ter afirmado que Hasina não se demitiu formalmente.
O Tribunal Supremo do Bangladesh "emitiu um parecer segundo o qual, uma vez que a primeira-ministra se demitiu e o Presidente dissolveu o parlamento nacional, pode ser formado um governo de gestão para exercer as funções executivas do Estado", declarou em comunicado, citado pelo site Notícias ao Minuto.
Assim, o Presidente do país, Mohammed Shahabuddin, "pode nomear o conselheiro-chefe - que serve como primeiro-ministro de facto - e outros conselheiros para o governo provisório e ser empossado", de acordo com o comunicado emitido pelo gabinete do Supremo Tribunal.
O filho e conselheiro de Sheikh Hasina, Sajeeb Wazed, disse à EFE horas antes que a líder bengalesa "tecnicamente ainda é a primeira-ministra do Bangladesh".
Apesar de a demissão de Hasina ter sido anunciada pelo Exército na segunda-feira, no meio da revolta civil que exigia a sua saída, Wazed, que vive nos Estados Unidos, disse que Hasina queria demitir-se "mas não teve tempo", pois uma multidão de manifestantes dirigiu-se para a sua residência oficial e ela teve de fugir de helicóptero.
O dia 5 marcou o culminar de semanas de protestos, que começaram como um movimento estudantil contra um sistema de quotas para empregos públicos considerado discriminatório.
O governo provisório de Yunus, formado com o apoio do Exército e do Presidente, não divulgou um calendário para futuras eleições. JM