Belgrado - O ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, afirmou esta terça-feira, durante uma visita a Belgrado, que a recuperação do Nagorno-Karabakh pelo seu país perspectiva uma normalização das relações com a Arménia e defendeu uma "agenda pacífica".
"O fim da ocupação dos territórios azeris e a plena recuperação da nossa integridade territorial e soberania abre a possibilidade de normalização das relações entre a Arménia e o Azerbaijão", indicou Bayramov após uma reunião com Ivica Dacic, o chefe da diplomacia sérvia.
Dacic indicou que a normalização é possível "com base no reconhecimento mútuo e no respeito pela integridade territorial e a soberania, e fronteiras internacionalmente reconhecidas".
"Pretendo sublinhar uma vez mais que o Azerbaijão defende uma agenda pacífica e respeita uma abordagem construtiva da outra parte. Esperamos que esta oportunidade permita a normalização e o progresso regional", disse.
Bayramov também convidou as empresas sérvias a participarem na reconstrução do Nagorno-Karabakh, o enclave arménio em território azeri que Baku recuperou em Setembro na sequência da sua ofensiva militar relâmpago.
A Sérvia e o Azerbaijão, que mantêm boas relações bilaterais, têm fornecido apoio mútuo nas organizações internacionais na defesa da integridade dos seus territórios.
Em 19 de Setembro deste ano as tropas azeris desencadearam uma operação militar contra a auto-proclamada república do Nagorno-Karabakh, justificada como uma "acção anti-terrorista", que culminou no dia seguinte com a capitulação da desse território anunciada em 1991 pelos arménios, largamente maioritários nesse território até ao mais recente conflito.
Belgrado não reconhece a independência da sua antiga província do Kosovo, auto-proclamada em Fevereiro de 2008 pelos secessionistas albaneses locais.
A Sérvia participa num projecto de gasoduto, apoiado pela União Europeia, de fornecimento de gás proveniente de jazidas do Azerbaijão e dirigido aos países da Europa de leste através da Turquia, Grécia e Bulgária, para diversificar o fornecimento e reduzir a dependência do gás russo.AM/DSC