Berlim - A Alemanha enviou seis caças Eurofighter para exercícios na região do Indo-Pacífico no maior e mais ambicioso destacamento da sua força aérea, anunciaram hoje as autoridades militares alemãs.
Os caças iniciaram a viagem na segunda-feira e deverão chegar a Singapura em 24 horas, segundo um comunicado das forças armadas alemãs.
Os seis Eurofighter viajam acompanhados por quatro aviões de transporte militar Airbus A400M e três Airbus A330 de reabastecimento em voo.
A operação envolve 250 militares alemães.
"Este é o maior e mais ambicioso destacamento alguma vez feito pela força aérea", disse o chefe do Estado-Maior do ramo, tenente-general Ingo Gerhartz, citado pela agência francesa AFP.
Depois de Singapura, os aviões alemães seguem para a Austrália, onde vão participar, ainda este mês e em Setembro, nos exercícios “Pitch Black”, de combate aéreo, e “Kakadu 2022”, de liderança da guerra naval, organizados pelo exército australiano.
Os aviões deverão regressar à Alemanha em Outubro, depois de paragens no Japão e na Coreia do Sul.
Os caças estão pintados com as cores das bandeiras da Alemanha, Singapura, Austrália, Japão e Coreia do Sul.
"Estamos a enviar um sinal claro de que a força aérea pode ser destacada rapidamente e em todo o mundo, mesmo que haja múltiplas missões a serem realizadas em paralelo", disse o tenente-general Gerhartz.
A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, citada na página das forças armadas na Internet, disse que a operação mostra que a Alemanha também pensa "em segurança para além da Europa".
Na sequência da invasão russa da Ucrânia, a Alemanha lançou um vasto plano de modernização do seu exército, com a criação de um fundo excepcional de 100.000 milhões de euros.
A operação da força aérea alemã surge numa altura em que a China retomou manobras militares em torno de Taiwan na segunda-feira, na sequência de uma visita de cinco congressistas norte-americanos à ilha.
Os exercícios tinham sido realizados durante a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, em 02 de Agosto, que foi duramente criticada pela China.
O Governo chinês descreveu a visita de Pelosi como "maníaca, irresponsável e irracional".
A China reivindica a soberania sobre Taiwan, que considera uma província rebelde, desde que os nacionalistas se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.