Afeganistão proíbe mulheres de entrar em parques de diversões

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  • Luanda • Quinta, 10 Novembro de 2022 | 16h16

Cabul - As autoridades de Cabul proibiram as mulheres afegãs de entrar nos parques de diversões e nas feiras populares da capital do país, regra que anteriormente já as condiciona estarem nesses lugares - com horários específicos para que fossem separadas dos homens, mas o regime considerou que as regras impostas foram violadas.

Assim, as mulheres afegãs perderam o acesso aos únicos locais públicos em que ainda eram admitidas.

"Nos últimos 15 meses, tentámos o nosso melhor para organizar e resolver – e até especificámos os dias", disse Mohammad Akif Sadeq Mohajir, porta-voz do Ministério para a Prevenção do Vício e Promoção da Virtude. "Mas ainda assim, em alguns lugares – na verdade, devemos dizer em muitos lugares – as regras foram violadas", continuou Sadeq Mohajir à AFP, acusando "uma mistura [de homens e mulheres]" e o desrespeito pelo hijab, levando a esta nova decisão.

A AFP cita uma mulher afegã que se mostrou incomodada com a decisão, acusando: "Não há escola, não há trabalho, pelo menos deveríamos ter um lugar para nos divertirmos". "Precisamos de um lugar para nos divertirmos, a nossa saúde mental depende disso. Estamos cansadas de ficar em casa o dia todo, cansadas de tudo", confessou Wahida (nome pelo qual pediu para ser tratada).

A notícia apanhou também de surpresa os proprietários dos parques de diversões, que muito se opuseram à mesma, acusando o golpe que causará nos seus negócios. "Sem mulheres, as crianças não virão sozinhas", disse Habib Jan Zazaï, administrador adjunto de um parque de diversões em Cabul, citado pela AFP.

Desde o regresso dos talibã ao governo afegão, as mulheres têm vindo progressivamente a perder liberdades. Em Maio deste ano, as apresentadoras e jornalistas de televisão no país voltaram a ser obrigadas a usar burca, por exemplo.

Mais, as mulheres afegãs não podem sair de casa sem um acompanhante masculino, as escolas secundárias para meninas estão fechadas há já mais de um ano e é-lhes proíbido estar em público sem a burca ou o hijab.



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