Roma - A cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia, foi alvo de pesados ataques russos neste sábado e, em um deles, o aeroporto local foi duramente atingido, informam os meios de comunicação do país.
Segundo mensagens publicadas por autoridades no Telegram, a pista de pousos e descolagens foi bastante danificada. A acção intensificou-se após às 18h locais e foram ouvidas explosões em vários pontos da cidade. Não há informações de feridos ou mortos.
Outros três mísseis de longo alcance teriam sido interceptados ainda no ar pelas forças de defesa da Ucrânia.
A agência Unian informou também que a Rússia estaria a planear fazer um intenso ataque na próxima segunda-feira (2) em Odessa, data que marca os oito anos de uma acção militar que deixou 40 mortos em 2014, no início dos conflitos no sul da Ucrânia pelos russos.
Por conta desse temor, a Polícia Nacional já está a reforçar os controlos e o governo local reforçou o toque de recolher já vigente na cidade.
"Os serviços especiais russos planearam desestabilizar a situação na região de Odessa incitando os cidadãos a fazer protestos na cidade no dia 2 de Maio. [...] Já foram encontradas e sequestradas armas, armamentos comunistas, folhetos com símbolos comunistas e outros símbolos proibidos, além de granadas, munições, celulares e equipamentos em geral", informou o portal citando autoridades locais.
Odessa é uma cidade portuária fundamental para os ucranianos e a defesa da localidade foi reforçada desde que Moscovo informou que focaria a sua guerra apenas nas regiões separatistas do Donbass e aquelas próximas à Crimeia, anexada unilateralmente em 2014.
Porém, neste sábado, o jornal "The Independent" informou que as agências de Inteligência britânicas detectaram que Vladimir Putin está a preparar para abandonar o lema de que a acção na Ucrânia é "uma operação militar especial" para decretar uma "guerra total" a Kiev.
O anúncio seria feito no próximo 9 de Maio, o Dia da Vitória dos soviéticos sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial, e seria uma forma de "vingança" do governo pelas constantes derrotas sofridas desde a invasão do dia 24 de Fevereiro.
A medida permitiria que o Kremlin activasse a lei marcial, envolvesse aliados de maneira efectiva na guerra e proclamasse uma mobilização em massa contra os ucranianos.