2020 entre os três anos mais quentes desde que há registos

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  • Luanda     Quarta, 02 Dezembro De 2020    17h49  
Namibe: Olivais Destruídos Devido Ao Clima/Moçâmedes/Namibe
Namibe: Olivais Destruídos Devido Ao Clima/Moçâmedes/Namibe
Frederico Herculano

Nova Iorque - O ano de 2020 anuncia-se um dos três mais quentes, alertou hoje a Organização das Nações Unidas (ONU), apontando a probabilidade de o aumento da temperatura em 2024 exceder o limite de 1,5° C do Acordo de Paris.

Com os sucessivos recordes de temperatura, a década de 2011-2020 será a mais quente desde que há registos, com os últimos seis anos, desde 2015, a registarem as temperaturas mais altas, de acordo com o relatório anual provisório sobre o estado do clima da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

E "2020 foi, infelizmente, outro ano extraordinário para o nosso clima", lamentou o secretário-geral da agência da ONU, Petteri Taalas.

Entre Janeiro e Outubro, a temperatura média global foi cerca de 1,2° C mais quente do que no período de referência 1850-1900, pelo que 2020 está a caminho de se tornar um dos três anos mais quentes já registados no planeta.

A avaliação da OMM assenta em cinco conjuntos de dados, que actualmente classificam todos 2020 como o segundo ano mais quente até hoje, depois 2016 e antes de 2019.

A diferença entre os três anos mais quentes é pequena e a classificação exacta pode mudar assim que os dados estiverem disponíveis para todo o ano.

"Os anos de calor recorde coincidem geralmente com um forte episódio de El Niño, como foi o caso em 2016. [O fenómeno] La Niña tende a arrefecer as temperaturas globais, mas a anomalia que apareceu este ano não foi suficiente para diminuir o aquecimento", sublinhou Petteri Taalas.

"Apesar dessa anomalia, já estamos a registar este ano um calor quase recorde, comparável ao recorde anterior de 2016", observou.

O relatório da OMM aponta ainda a probabilidade de, pelo menos, um em cinco de a temperatura média global ultrapassar temporariamente 1,5° C até 2024.

No entanto, um dos objectivos do Acordo de Paris, assinado em Dezembro de 2015 por 195 países, é conter o aumento das temperaturas para 1,5° C em relação à era pré-industrial.

Calor extremo, incêndios, inundações, aumento da acidez dos oceanos, uma época recorde de furacões no Atlântico são apenas alguns dos sinais de que as alterações climáticas mantiveram a sua progressão inexorável este ano, "ampliando as ameaças que a pandemia covid-19 faz pesar tanto na estabilidade económica como na saúde e segurança humanas", alerta a OMM.

Os registos mais notáveis são os do norte da Ásia, em particular na Sibéria, onde as temperaturas estavam mais de 5° C acima da média.

O calor na Sibéria foi mais forte no final de Junho, com 38,0° C registados em Verkhoyansk no dia 20 desse mês, que é provisoriamente a temperatura mais alta observada ao norte do Círculo Polar Árctico.

A época de incêndios florestais, que devastou grandes áreas da Austrália, Sibéria, da costa oeste dos Estados Unidos e América do Sul, foi a mais activa dos últimos 18 anos.

"As inundações em partes da África e do sudeste Asiático causaram deslocamentos massivos e comprometeram a segurança alimentar de milhões de pessoas", sublinhou o secretário-geral da agência.

Já o gelo marinho do Árctico atingiu seu mínimo anual em Setembro, ficando em segundo lugar entre os menos extensos em 42 anos de observações de satélite.

A extensão do gelo marinho da Antárctica em 2020, por outro lado, foi semelhante ou ligeiramente maior do que a média dos últimos 42 anos, enquanto a Gronelândia continuou a perder massa, embora a um ritmo mais lento do que em 2019.

Quanto aos oceanos, que armazenam mais de 90 por cento do excesso de energia que se acumula no sistema climático devido ao aumento das concentrações de gases de efeito estufa, ficou claro nas últimas décadas que o calor é absorvido de cada vez mais rapidamente, aponta o relatório.

 





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