Viana - O primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, foi esta quarta-feira considerado como sendo político de craveira, cuja etapa marcou a diferença a nível internacional.
Estas palavras foram expressas por Fernando Jaime, membro da Fundação Agostinho Neto, durante uma palestra realizada no estabelecimento prisional de Viana, em Luanda, enquadrada nas celebrações do centenário do seu Patrono a assinalar-se no próximo dia 17 de Setembro.
De acordo com o palestrante, o exemplo de Neto deve ser seguido pelas gerações vindouras, pois durante a sua vida, conseguiu estabelecer relações com maior parte dos países do mundo, assim como engajou-se na libertação da África Austral, com a proclamação da independência da Namíbia e do Zimbabwe e com o fim do regime do apartheid na África do Sul.
Considerou, igualmente, o Fundador da Nação como poeta invulgar por ter sabido lapidar as palavras através dos seus variados poemas.
Disse ainda, que Neto era considerado internacionalmente como o mais representativo poeta e político de Angola e um homem que teve uma vida sem tréguas.
‘’Agostinho Neto foi considerado como a voz dos explorados, dos oprimidos, descolonizados antes mesmo da descolonização acontecer e livre mesmo encarcerado, assim como um humanista total e sem complexos ou preconceitos’’ , destacou Fernando Jaime.
Referiu que o seu legado deve ser imortalizado nas suas obras e deve servir de ensinamento para as novas gerações.
Fernando Jaime apontou cinco dimensões, que se circunscrevem em pai, médico profundamente humano, poeta invulgar, estadista universal e Comandante em Chefe e estratega refinado.
Durante o encontro foram recitados poemas de Agostinho Neto, exibição de peças teatrais que retratam o sofrimento dos angolanos, assim como ofertas de livros aos reclusos e a biblioteca local.
Na ocasião, o director da cadeia de Viana, Super intendente Chefe prisional, Abidul Joaquim Bango, congratulou-se com a iniciativa da Fundação Agostinho Neto, por ter escolhido esta unidade prisional para a realização deste evento de tamanha importância.
Reconheceu, entretanto, que os reclusos são seres sociais e que merecem também toda atenção da sociedade, apesar de estarem em conflito com a lei.
A palestra dirigida aos reclusos da comarca de Viana foi testemunhada igualmente por membros da Fundação Agostinho Neto e efectivos do estabelecimento prisional.
Agostinho Neto, recorde-se, nasceu a 17 de Setembro de 1922 na aldeia de Caxicane, Icolo e Bengo e faleceu a 10 de Setembro de 1979, em Moscovo (antiga União Soviética), actual Rússia.