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Restos mortais de Justino Handanga repousam no Bailundo

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     Cultura           
  •  • Quinta, 21 Março de 2024 | 17h55

Huambo – Os restos mortais do músico e compositor, Justino Handanga, repousam desde a tarde desta quinta-feira, no cemitério municipal do Bailundo, província do Huambo.

O velório do artista e inspector da Polícia Nacional, falecido segunda-feira última, vítima de doença, em Luanda, decorreu no pavilhão multiusos Osvaldo de Jesus Serra Va-Dúnem, no interior da cidade do Huambo, partindo para a vila municipal do Bailundo, 75 quilómetros a Norte da cidade do Huambo, por volta das 12 horas.

O acto contemplou, entre outras, a leitura de mensagem da governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, dos ministros do Interior, Eugénio Laborinho, e da Cultura e Turismo, Filipe Zau, do Comando Geral da Polícia Nacional, do Bureau Político do Comité Central do MPLA, da União Nacional dos Artistas e Compositores – Sociedade Anónima (UNAC-SA) e da família.  

Ao longo da cerimónia, Justino Handanga, conhecido pela família e amigos mais próximos como “Man Tinox”, foi descrito como um exímio artista, que soube valorizar a identidade cultural do Povo Ovimbundu.

Também foi considerado um homem sereno, patriota, educador, humorista, agricultor, conselheiro e detentor de várias qualidades, entre as quais, a disponibilidade de ensinar a nova geração de artistas.

Para o efeito, solicitou-se a atribuição, pela Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) e outras espalhadas pelo país, do título de Doutor Honoris Causa, para que a obra do músico e compositor Justino Handanga seja estudada pelas actuais e futuras gerações.

O acto ficou marcado com a actuação de alguns sucessos do artista, falecido aos 55 anos de idade, pela Banda Geração Nova, constituindo-se num momento de consternação e nostalgia.

Após ser velado, seguiu, em cortejo, para a vila municipal do Bailundo, acompanhado por familiares, políticos, com realce para a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, e do director nacional da Acção Cultural, Pedro Chissanga, em representação do ministro da Cultura e Turismo, amigos, colegas, contemporâneos e pela população, em geral.

No trajecto de, aproximadamente uma hora e 20 minutos, a viatura que transportava o féretro foi saudada pela população, entre vendedores, camponeses, moto-taxistas e camionistas, que interromperam, por alguns instantes, as suas actividades para interpretar um dos sucessos do artista, enquanto outros gritavam o nome de Justino Handanga, num ambiente bastante comovente.

Homenagem da Ombala Mbalundu

À chegada na vila municipal do Bailundo, houve uma curta paragem no largo Ekuikui II, onde foi saudado e homenageado pela corte da Ombala Mbalundu, com animação do grupo Katyavala, que apresentou, ao som do batuque, canções e danças tradicionais olundongo, reservada para grandes eventos, como forma de acção de graças e outros tributos pela vida de Justino Handanga.

Durante a cerimónia, o rei do Bailundo, Ekuikui VI considerou Justino Handanga um dos melhores filhos do Reino e descendente de Ekuikui II e Augusto Cachitiopolo (Ekuikui IV), que soube preservar, valorizar e divulgar a identidade da cultura Ovimbundu, para além de transmitir, nas suas canções, lições de vida para todas os estratos sociais.

Em cumprimento do programa oficial, os restos mortais seguiram para o cemitério do município do Bailundo, onde, antes da sepultura, foram realizadas as tradicionais honras militares, seguidas da homília pelo padre católico Amílcar Sonjamba que fez recurso aos ensinamentos bíblicos a ser seguidos pelos presentes.

Justino Handanga, que deixa sete filhos e sete netos, faleceu no Complexo Hospitalar Cardio-Pulmonar Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda (capital do país) para onde havia sido transferido na última semana.

Por dentro

Nascido a 1 de Janeiro de 1969, na aldeia de Ndoluka, comuna da Luvemba, município do Bailundo, província do Huambo, Justino Handanga deixa repertório com vários sucessos.

Colocou dois discos à disposição do mercado musical, sendo o primeiro “Ondjonguele Ya Telisiwã (Alvo Atingido) ”, autografado em 2004 e o segundo “ Homenagem ao empresário Valentim Amões”, lançado em 2011.

Em 2005, participou da 15ª edição do Top dos Mais Queridos da Rádio Nacional de Angola, onde ocupou o 3° lugar, com a conhecida música “Paulina” e, em 2006, ficou em 5° lugar, partilhando o mesmo palco com o saudoso músico Bangão.

Venceu, em 2013, o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categória de Música.

Justino Handanga, músico do estilo popular, iniciou a carreira na década de 1980, após ter perdido os seus progenitores, aos cinco anos, com a participação no concurso denominado “Pio-Pio”, realizado aos domingos, pela Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), no município do Bailundo, onde imitava músicos nacionais e internacionais.

Com 17 anos, Justino Handanga, um dos pesos-pesados do cancioneiro nacional, ingressou nas ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e fez parte de um grupo musical da corporação, denominado “Pela Paz”.

O autor dos sucessos como “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”, ingressou nas fileiras da Polícia Nacional de Angola a 10 de Outubro de 1992, após cumprir  o serviço militar nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). ALH

 

 





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