Huambo – Os restos mortais do músico e compositor, Justino Handanga, chegaram, esta quarta-feira, ao Huambo, provenientes de Luanda, onde faleceu na última segunda-feira, vítima doença.
À chegada no aeroporto Albano Machado, na cidade do Huambo, a bordo de uma aeronave da Força Aérea Nacional, com aterragem às 18 horas e 08 minutos, o féretro foi recebido por familiares, músicos e amigos de longa data, em ambiente de emoções e lágrimas.
Presentes estiveram, para além da governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, várias individualidades ligadas à política, aos órgãos de defesa, segurança e ordem interna, membros da sociedade civil e a população, em geral.
Em alinhamento ao programa oficial das exéquias, o féretro seguiu em cortejo automóvel e motorizado para a antiga residência, no bairro Santa Iria, zona em urbanização da cidade do Huambo, num percurso de, aproximadamente, quatro quilómetros.
Após curta passagem em casa, seguiu para o pavilhão multiusos Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem, onde decorre o velório público.
Em cada uma das ruas por onde passava, era visível a emoção dos munícipes, alguns nas varandas dos edifícios e outros nos passeios, cantavam os sucessos do artista em gesto de homenagem.
O programa do funeral do músico e compositor Justino Handanga, marcado para esta quinta-feira, no cemitério municipal do Bailundo, a 75 quilómetros a Norte da cidade do Huambo, inicia com abertura do livro de condolências, por volta das 8 horas no pavilhão multiusos Osvaldo Serra Van-Dúnem.
Inclui vários momentos, dentre os quais leitura de mensagens da governadora Lotti Nolika, dos ministérios do Interior e da Cultura e Turismo, do Comité provincial do MPLA e da sociedade civil, para além de canções da autoria do artista a serem interpretadas pela Banda Geração Nova.
Com a partida para o Bailundo prevista para às 10 horas, o programa reserva leitura de mensagens da Ombala Mbalundu, honras militares e momento religioso.
Nascido a 1 de Janeiro de 1969, na aldeia de Ndoluka, comuna da Luvemba, município do Bailundo, província do Huambo, Justino Handanga deixa um vasto repertório e vários sucessos.
Colocou dois discos à disposição do mercado musical, sendo o primeiro “Ondjonguele Ya Telisiwã (Alvo Atingido) ”, autografado em 2004 e o segundo “ Homenagem ao empresário Valentim Amões”, lançado em 2011.
Em 2005, participou da 15ª edição do Top dos Mais Queridos da Rádio Nacional de Angola, onde ocupou o 3° lugar, com a conhecida música “Paulina” e, em 2006, ficou em 5° lugar, partilhando o mesmo palco com o saudoso músico Bangão.
Justino Handanga, músico do estilo popular, iniciou a carreira na década de 1980, após ter perdido os seus progenitores, aos cinco anos, com a participação no concurso denominado “Pio-Pio”, realizado aos domingos, pela Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA), no município do Bailundo, onde imitava músicos nacionais e internacionais.
Com 17 anos, Justino Handanga, um dos pesos-pesados do cancioneiro nacional, ingressou nas ex-Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e fez parte de um grupo musical da corporação, denominado “Pela Paz”.
O autor dos sucessos como “Ndumbalundo”, “Olonamba”, “Tenho saudades”, “Paulina”, “Carlito” e “Abílio”, ingressou nas fileiras da Polícia Nacional de Angola a 10 de Outubro de 1992, após cumprir o serviço militar nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). ALH