Talatona - O director-geral da Autoridade Única dos Direitos de Autor e Conexos (AUDAC), Lucioval Gama, considerou, nesta quinta-feira, em Luanda, a importância da remuneração dos criadores como a base para o funcionamento da indústria criativa.
Ao dissertar sobre “A economia digital e a indústria criativa", na terceira Conferência Anual sobre os Direitos Autorais e Propriedade Intelectual em Angola, referiu que se “os titulares dos direitos autorais não forem remunerados não haverá indústria criativa”.
Segundo o dirigente, a base da evolução da indústria criativa passa pela remuneração dos criadores de obras, como tem estado a acontecer com a digitalização, pelo facto de tornar mais fácil a remuneração dos artistas, pois sempre que os seus conteúdos forem utilizadas resulta em pagamento.
A título de exemplo, o director-geral da Autoridade Única dos Direitos de Autor e Conexos (AUDAC) falou da indústria fonográfica mundial que facturou, em 2023, 28 biliões de dólares.
Como desafios, Lucioval Gama apontou a ratificação de alguns acordos internacionais de direitos autorais, para que os artistas nacionais possam beneficiar de mais remunerações.
Por sua vez, o artista Dji Tafinha disse que a valorização do artista passa igualmente pela valorização das necessidades de quem faz arte, pelo facto de esta fazer parte do quotidiano dos angolanos.
Já a cantora Jercy Pegado explicou que as indústrias culturais e criativas são os processos que ocorrem durante a criação, produção, distribuição e comercialização do produto cultural.
"Daí a necessidade da protecção dos produtos culturais e o seu contributo no Produto Interno Bruto nacional (PIB)", expressou a também advogada e Consutora na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
De acordo com a integrante do grupo Gingas do Maculusso, a informalidade impede medir o impacto da indústria cultural no país, daí o apelo na formalização e melhor controle no uso do produto cultural.
VS/MDS