Huambo – Religiosos e soberanos da província do Huambo assinalaram, esta terça-feira, que a cultura angolana está, cada vez mais, enriquecida de valores humanos, com a diversificação dos hábitos, costumes e da riqueza gastronómica.
Os interlocutores falavam à ANGOP, por ocasião do Dia Nacional da Cultura, que hoje se assinala e cujo acto central acontece nesta região do, com a presença do Presidente da República, João Lourenço.
Para o efeito, realçaram a necessidade de se aprofundar o estudo das línguas nacionais, a observação rigorosa dos valores culturais, os hábitos e costumes, para a identificação dos povos, assim como o melhoramento da conduta social das comunidades.
Apelaram à preservação e ao resgate dos valores culturais, para a humanização permanente das comunidades que configuram o tecido social angolano, caracterizado pela diversidade dos povos.
O arcebispo do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, apontou a cultura como a ser alma da humanidade e de um povo, pois está inserida na história destes agentes organizados em comunidades que evoluem com a estruturação da língua, da arte, da concepção do mundo, do belo e da sua projecção social.
Sinalizou que a cultura angolana converge na cidade do Huambo, pelo que a classificação à Património Cultural Nacional da Praça Doutor António Agostinho Neto relembra os esforços da luta pela Independência Nacional e, consequentemente, a figura histórica do fundador da Nação, António Agostinho Neto.
Satisfeito com o evento, disse que a língua dos diferentes povos figura não só como veículos de comunicação de uma pessoa com a outra, mas, também, constitui sinal da própria identidade e expressão da existência de um povo.
“Seria bom que em Angola se inventasse ou melhorasse o que já existe e denominássemos com as nossas próprias linguagens. Com isto, veríamos a importância das línguas nacionais, como o Umbundo, Tchokwe, Kimbundo e outras, para se transformarem numa ferramenta do saber”, enfatizou.
Para o secretário da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) a província do Huambo, Reverendo Gilberto Jamba Ndundumba, a Praça Doutor Agostinho Neto, classificada Património Cultural, representa um ponto de convergência de interesses nacionais colectivos e um “postal de cartaz” especial da cidade capital do Planalto Central.
Considerou a cultura como um elemento que fortalece os diferentes povos, cujo resgate e preservação devem envolver a todos.
O superintendente da Igreja Metodista Unida na província do Huambo, Reverendo Euclides dos Santos, disse que a Praça Doutor António Agostinho Neto representa um marco histórico e uma modalidade de valorização desta cidade que a partir de hoje se transforma no centro da cultura nacional.
O que dizem os soberanos
O rei do Bailundo, Ekuikui VI, lembrou que as autoridades tradições estão engajadas no processo de resgate e na preservação dos valores culturais, hábitos, costumes e gastronómicos da província do Huambo, para orientação social positiva nas comunidades.
Afirmou que a Praça Doutor António Agostinho Neto poderá ajudar no processo de divulgação da cultura angolana no contexto nacional e internacional, através do aproveitamento dos valores turísticos, pois, esta infra-estrutura vai atrair e estrangeiros, para além dos nativos.
O rei do Sambo, Mariano Sampaio Paquissi, elogiou os esforços do Governo angolano concentrados na elevação à Patrimonio Cultural Nacional da Praça Doutor Agostinho Neto, com traços históricos fundamentais sobre o surgimento da Nação angolana.
Inês Bandja, soba do sector Comandante Vilinga, no município do Huambo, disse que a cultura angolana enobrece os valores humanos que se manifesta por via da diversificação dos povos, hábitos, costumes e gastronómico.
Enalteceu os esforços do Governo angolano na defesa dos princípios culturais.
O Dia da Cultura Nacional foi aprovado em decreto-lei nº 21 e publicada no Diário da República nº 87, I série, de Novembro de 1986, em homenagem ao discurso sobre a Cultura Nacional do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, proferido em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Na ocasião, o também poeta António Agostinho Neto, fez uma abordagem sobre a Cultura Nacional, que de então a esta parte, passou a ser referência fundamental em todas as discussões sobre a temática da Cultura angolana.
A efeméride acontece no quadro das celebrações dos 50 anos da Independência de Angola, a serem assinalados no dia 11 de Novembro próximo.
A Independência de Angola, outrora província ultramarina de Portugal, foi proclamada pelo Presidente Agostinho Neto, em 1975. LT/ALH