Luanda - O Rei do Bailundo, Tchongolola Tchongonga “Ekukui VI”, foi recebido com festa na Escola de Samba Independente Tricolor do Brasil, no quadro da visita que efectua, desde o dia 20 deste mês, a este país, com objectivo de reforçar os laços históricos entre os dois povos.
Pela primeira vez neste país, Tchongolola Tchongonga, hospedado no Mosteiro de São Bento, local que faz parte do roteiro histórico da Cidade de São Paulo, visitou também o Centro Cultural Chinco Sncience.
Em declarações a um canal de televisão local, Ekuikui VI disse que gostaria de conhecer o local onde os primeiros escravos angolanos desembarcaram no Brasil, para além de realçar a importância da sua deslocação ao Brasil, pois vai propiciar a unificação entre os dois povos.
Por seu turno, o director do Centro Cultural Casa de Angola no Brasil, que promove a visita do rei, Isidro Sanene, afirmou que existe uma África concreta e real que é preciso conectar com este país da América do sul.
Durante a sua estada na República Federativa do Brasil, cujo regresso está previsto para 15 de Novembro próximo, o rei do Bailundo vai lançar a sua primeira obra bibliográfica intitulada "A hegemonia dos Ovimbundu no reino do Mbalundu”, que retrata a etnia linguística do reino em Angola.
Historial do Reino do Bailundo
Com uma corte constituída por 37 membros, o Reino do Bailundo surgiu durante o reinado de Ekuikui II, de 1876 a 1890. Mas, foi o Rei Katyavala I que fundou o mesmo, vindo das terras do Cuanza Sul com a sua família, quando habitou nas cercanias das montanhas de Halavala.
Antes do Século XVII, o reinado manteve-se à margem do domínio colonial. Só por volta de 1770/71 é que Portugal se instalou no Reino do Bailundo com a presença de um juiz. Em (1885) a colónia portuguesa já estava representada no reino com um capitão-mor.
O rei Ekuikui II teve o cariz de diplomata exímia. Ousou evitar a guerra e incentivou a prática da agricultura na população, e, durante o seu reinado, o Bailundo não enfrentou grandes guerras. Depois da sua morte, surgiram as grandes guerras que culminaram com a subjugação da localidade e de toda a região do Planalto Central, isso em 1902.
Reinaram, igualmente no Bailundo, os soberanos Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II, Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava, Katiavala II, Ekongoliohombo, Numa II, Moma, Kangovi, Hundungulo II, Mutu Ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II, Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola e Ekuikui III Ekuikui IV. EH/ART