Lobito – Nove anos depois, o Governo Provincial de Benguela projecta a retoma do Prémio de Cultura e Artes, com a possibilidade de ser lançado no próximo mês de Outubro, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
A última edição do Prémio Provincial de Cultura e Artes foi realizada na cidade de Benguela, em 2015.
Segundo o director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Pascoal Luís, a decisão visa promover as artes, motivar os artistas a trabalhar cada vez melhor para que os seus produtos sejam reconhecidos a nível nacional e internacional.
“Na altura da visita do Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, à província, o Governo Provincial ofereceu-lhe uma peça de artesanato de qualidade, produzida por um artista local, para orgulho de todos nós”, afirmou.
O Prémio Nacional de Cultura e Artes foi instituído em 2000, com o propósito de galardoar as disciplinas de literatura, cinema e audiovisual, artes plásticas, artes de espectáculos, investigação científica e ciências sociais e humanas.
Numa reunião com artistas locais, o director lembrou que o Governo Provincial está a trabalhar para que os fazedores de arte apresentem os seus trabalhos com dignidade, fazendo alusão à reabilitação do cine Flamingo, no Lobito, e o Monumental, em Benguela, no âmbito das obras emergenciais da província.
Muitos artistas aproveitaram a ocasião para apresentar as suas inquietações relativamente à falta de patrocínios para a aquisição de meios de trabalho.
Sobre este aspecto, o director advertiu que os artistas não podem esperar que o Governo resolva os seus problemas, porque não tem capacidade para atender todos.
“No âmbito do apoio institucional, o Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos pode ajudar, através da facilitação de contactos com empresários, aqueles artistas ou associações que estejam organizados”, explicou.
Para alcançar tal desiderato, apontou alguns requisitos, tais como estar registado na Cultura, ter uma conta bancária em nome do grupo, ou pessoal se for singular, uma contabilidade organizada e ter as quotas pagas.
“Actualmente, alguns dirigentes de grupos pedem patrocínio e se este for em valores monetários, são transferidos para a sua conta pessoal e depois dão destino em benefício próprio. Isto não dignifica a classe”, afirmou o dirigente.
A delegação do Gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos está a auscultar os artistas a nível da província, para se inteirar dos seus problemas e procurar soluções para promoção e valorização da classe. TC/CRB