Huambo - A Praça Doutor António Agostinho Neto, na parte Alta da cidade do Huambo, tornou-se “Sítio de Interesse Histórico”, após classificação pelo Ministério da Cultura.
O acto formal acontece quarta-feira próxima, por ocasião do 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura, com o descerramento da placa de classificação deste local como Património Cultural Nacional.
A classificação do Praça Doutor António Agostinho Neto, um espaço onde convergem os principais eixos da cidade, ocupando um lugar especial na memória dos citadinos e turistas, obedeceu ao significado social, espiritual, económico e científico, para além do valor histórico e outros aspectos.
Construída no século XX, tem uma dimensão do desenvolvimento cultural, económico e social por estar centralizado no coração da cidade Alta com os edifícios em sua volta em estilo arquitectónico multinacional de grande importância no contexto urbano local e convida ao convívio, praticas desportivas e actividades de lazer ao ar livre, conforme extalta o seu catálogo .
O local foi construído, exactamente, entre 1935 e 1940, à época como praça Doutor Manuel de Arriaga, que acolhia a estátua" monumental de Norton de Matos", fundador da cidade do Huambo, assim como as suas quatro virtudes: prudência, sabedoria, temperança e justiça.
Entre 1975 e 1976, após a proclamação da Independência Nacional passou a chamar-se Largo 11 de Novembro.
Destruída parcialmente durante o conflito armado (1993-2002) foi reconstruída em 2006, data em que passou a ser designada Praça Doutor António Agostinho Neto, com a construção, no local, de um monumento em bronze do primeiro Presidente de Angola.
A praça Doutor António Agostinho Neto envolve um ambiente natural e apresenta uma área paisagística especial, oferecendo um espaço agradável para a contemplação, leitura, conversas com amigos ou descanso. Do ponto de vista especial, é a maior praça de Angola.
Com este feito, a província do Huambo, com 123 monumentos históricos catalogados, passa a contar com oito “Sítios de Interesse Histórico”, designadamente a Ombala do Huambo, o Forte da Kissala, a Estação Arqueológica do Fety, no município do Huambo, as Pedras do Kandumbo (Chicala-Cholohanga), as Pinturas Rupestres sobre as Pedras de Kaniñguili (Mungo) e a Missão Evangélica do Dondi (Cachiungo).
Em processo de classificação estão as missões católicas do Canhe, Cuando e da Hanga, Evangélica do Chilume e Adventista do 7º Dia do Bongo, para além da Ombala Mbalundu e do Monte Halavala.
O Dia da Cultura Nacional foi aprovado em decreto-lei nº 21 e publicada no Diário da República nº 87, I série, de Novembro de 1986, em homenagem ao discurso sobre a Cultura Nacional do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, proferido em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Na ocasião, o também poeta António Agostinho Neto, fez uma abordagem sobre a Cultura Nacional, que de então a esta parte, passou a ser referência fundamental em todas as discussões sobre a temática da Cultura angolana. JSV/ALH