Mbanza Kongo – Alguns munícipes de Mbanza Kongo, província do Zaire, afirmaram, esta terça-feira, que o novo petroleiro da SONANGOL, baptizado com o nome de Kulumbimbi, eleva o prestígio desta cidade Património Cultural da Humanidade.
Kulumbimbi foi a primeira sé catedral católica construída na África Subsariana, em 1491 e elevada a catedral em 1596, por Padres Jesuítas.
O Kulumbimbi fez parte dos munumentos e sítios históricos que contribuíram na inscrição do Centro Histórico de Mbanza Kongo na lista do Património Mundial da UNESCO.
Ouvidos pela ANGOP, alguns citadinos desta capital da província do Zaire manifestaram a sua satisfação por este reconhecimento.
Para o estudante Tomás Nzola, a atribuição de nome de Kulumbimbi ao petroleiro concorre para maior divulgação do património material do Centro Histórico de Mbanza Kongo, frisando que o feito despertará curiosidade a muitos turistas do mundo a conhecer a cidade.
“É de louvar a iniciativa da SONANGOL, que esperamos não se limite apenas em atribuir nomes, pois o referido munumento histórico clama por acções de restauro e preservação”, asseverou.
Suzana Matondo, integrante da Corte Real Kongo (LUMBU), disse sentir-se honrada, como munícipe de Mbanza Kongo, para quem o Kulumbimbi passará a ser mais conhecido mundialmente.
Disse esperar que a petrolífera angolana se engaje, igualmente, nos trabalhos de restauração destas ruínas da antiga sé catedral católica que já apresentam fissuras em paredes.
“O nome de Kulumbimbi ao petroleiro só faz sentido enquanto este monumento exisitir. Caso venha a desabar, perderá a sua essência e importância”, sublinhou.
Por sua vez, o historiador Eduardo Sediangani, reconheceu que Kulumbimbi é uma estrutura rara, erguida de pedras e cal, pelo que louvou todas as iniciativas que visam a sua divulgação e preservação.
Relembrou que este templo mereceu em 1992 a visita do Papa João Paulo II, quando o Santo Padre esteve em Angola.
Consta que as ruínas da sé catedral Kulumbimbi foram consideradas e classificadas património histórico-cultural a 30 de Outubro de 1957, na vigência do poder colonial português.
Na área adjacente ao monumento encontra-se o antigo cemitério dos Reis do Kongo.
Segundo algumas narrativas, não existe um único significado para o termo Kulumbimbi, sendo que, para alguns, o nome é derivado de: Külu-expulsar, triturar e Mbimbi-juntar.
Há ainda quem afirma que o termo Kulumbimbi é derivado de Nkulu (pessoa de longa idade, mais velho, antigo, antepassado e Mbimbi (Tronco de palmeira, pessoa morta, cadáver).
O Centro Histórico de Mbanza Kongo, capital do antigo Reino do Kongo, foi inscrito na lista do Património Cultural da Humanidade, a 08 de Julho de 2017. PMV/JL