Luanda - Depois de aproximadamente um mês da sua estreia, a peça teatral "Eles não vivem sem mulheres" regressou, este domingo, ao Centro de Conferências de Belas, em Luanda, para a sua segunda edição, numa iniciativa da produtora Mentes Fabulosas.
Idealizada por Vanda Pedro, este regresso é o atender da direcção aos inúmeros pedidos do público presente na primeira edição, para a continuação da peça.
"Eles não vivem sem as mulheres" é uma comédia teatral que reflecte sobre o machismo e a evolução dos papéis dos homens e mulheres na sociedade angolana.
Com a sala novamente cheia, a comédia levou o público a conhecer, com humor, a versão masculina sobre grandes questões do dia-a-dia feminino versus machismo, empoderamento da mulher versus a função de provedor que pesa socialmente sobre os homens, sentimentos e emoções masculinas versus a dureza e frieza que lhes são exigidas.
A obra retrata a história de Marcos, um mulherengo que vê a sua vida transformar-se radicalmente quando se apaixona por Ana.
Cinco anos depois, a relação chega ao fim, deixando Marcos desorientado que, sem vontade de viver, tenta colocar fim a sua vida, entra em depressão e decide vingar-se das mulheres.
O artista Kayaya Júnior disse que os exemplos da peça aplicam-se aos dois gêneros e são situações reais.
O actor José Inácio falou que estão a negociar para que a peça possa ser exibida nas outras províncias de Angola e em outros países africanos de língua oficial portuguesa (PALOPs), pretensão condicionada por patrocínios financeiros.
Valorizou a troca de experiências com os colegas em palco.
Já o actor Wine Braúlio relatou estar satisfeito com aderência do público, que está abraçar o teatro novamente, e por cumprirem com o dever de entreter.
Para si, a presença do público manifesta satisfação com o conteúdo que relata vários temas da sociedade.
Falando à ANGOP, Mauro Patrício disse ter sido emocionante rever a peça, pois nela abordam várias questões sociais, como respeito as pessoas e as diferenças.
Disse que a peça chama ainda atenção contra a violência doméstica, fuga a paternidade, abandono de lar, o desrespeito às mulheres dentro do lar, entre outras situações.
Presente no evento, Nelson Vatilene explicou ter tirado várias mensagens da peça que apresenta uma grande qualidade em termos de produção e representação.
Saudou a forma como os actores chamaram atenção dos presentes em termos de comportamento no lar, responsabilidade e submissão. SJ/OHA