Luanda - As obras da Casa do Artista e Palácio da Música e do Teatro terminarão no final de 2026, um ano mais tarde do que o prazo inicialmente previsto aquando do lançamento da primeira pedra, em Dezembro último.
A informação foi avançada esta segunda-feira, em Luanda, pelo o ministro da Cultura, Filipe Zau, quando falava à imprensa no final de uma visita de constatação ao andamento das obras do sector cultural.
Na ocasião, o governante explicou que a extensão dos prazos deveu-se a necessidade de se encontrar um espaço para a construção do parque de estacionamento da infra-estrutura.
Neste sentido, avançou que, no momento, os trabalhos estão centrados nas escavações dos dois pisos para construção do parque de estacionamento e, posteriormente, dar-se-á sequência na parte do edifício com o apetrechamento.
De acordo ainda com o ministro, a outra dificuldade reside na adaptação por se tratar de uma estrutura já existente e com o estatuto de Património Nacional.
“Temos de respeitar todo o traçado, a antiga sala como ela estava o mais possível e, por outro lado, encontrar soluções alternativas que possam garantir a boa qualidade do som e que as pessoas estejam suficientemente cómodas a assistir os espectáculos”, sublinhou.
No âmbito da mesma jornada de campo, Filipe Zau visitou ainda a futura obra da Cinemateca Nacional (antigo Cine Alfa 1 e 2) e Cine Teatro Nacional (Chá de Caxinde), tendo destacado o “bom” andamento das respectivas obras.
Na comitiva, que participou da visita de constatação ao andamento das obras do sector cultural, estiveram responsáveis de associações ligadas ao teatro, dança, música, artes plásticas e outros, bem como artistas de diferentes sectores.
A Casa do Artista e Palácio da Música e do Teatro surgirá da reabilitação e reconversão do antigo edifício da Assembleia Nacional, empreitada executada pela empresa Athena Swiss, do Grupo Mitrelli, numa área de 12.700 metros quadrados.
Os trabalhos prevêm a reformulação do conceito inicial do projecto do Palácio da Música e do Teatro, para albergar uma unidade residencial e de cuidados para os artistas séniores, inspirada na Casa do Artista de Lisboa.
O edifício foi erguido no tempo colonial, altura em que funcionava como o cinema-teatro, estúdio e restauração. Em 1975, depois da proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro, foi convertido no Palácio dos Congressos e sede da Assembleia Nacional (Parlamento).
Construídas há mais de 60 anos, as instalações foram projectadas pelos irmãos arquitectos João e Luís Garcia de Castilho.
Dado o seu valor histórico, a obra visa a recuperação e adaptação do Edifício Central para um novo uso, mas tendo em conta a salvaguarda da dignidade do espaço, preservação arquitectónica, assim como a promoção e dinamização da cultura e do lazer.
No final, o Palácio da Música e do Teatro terá uma sala de espetáculos com 620 lugares, local de formação e workshops de teatro, música e dança, espaços expositivos e para eventos e cafetaria/bar.
Já a casa do Artista contará com residências sénior para 80 pessoas, bem como serviços clínicos e de apoio. CPM/SEC