Luanda – Doze pinturas, três esculturas, quatro máscaras e uma instalação do artista plástico António Ole estão patentes, desde o dia 31 de Janeiro a 12 de Março deste ano, no Espaço Cultural Luanda Arte (ELA).
A exposição denominada "Reservatórios de Memória", segundo o catálogo, traz reflexões sobre a memória e materialidade do artista que se propõe uma imersão na complexa relação entre história e identidade, explorando os vestígios de um passado que se manifesta por meio de trabalhos em colagens, papel, madeira e ferro.
Refere o documento que a mostra traz uma linguagem visual profunda, enraizada nas questões sociais e políticas, onde se articula uma crítica sobre as narrativas de resistência, transformação e esquecimento que moldam o imaginário africano contemporâneo.
Natural de Luanda, o mestre António Ole é um dos nomes da artes angolanas, sendo o artista que representou Angola na 57.ª edição da prestigiada Bienal de Veneza.
O artista plástico desenvolveu uma obra que vai da escultura à instalação, da pintura e colagem ao desenho e da fotografia ao filme.
Aos 19 anos, atraiu a atenção da crítica e do público, expondo no IV Salão de Arte Moderna de Luanda, com um quadro onde se pode ver o Papa Paulo VI a tomar a pílula.
Formado em Cinema, pelo American Film Institute de Los Angeles e em Cultura Afro-Americana pela Universidade da Califórnia, Estados Unidos da América, o artista angolano realizou a sua primeira exposição em 1967.
Desde a sua estreia internacional, no Museum of African American Art de Los Angeles, em 1984, apresentou os seus trabalhos em várias exposições, bienais e festivais um pouco por todo o mundo, designadamente em Havana (Cuba), São Paulo (Brasil), Sevilha (Espanha), Berlim (Alemanha), Johanesburgo (África de Sul), Dakar (Senegal) e Amesterdão (Holanda).
Em 1975 António Ole ingressou como realizador de programas na Televisão Popular de Angola, actual Televisão Pública de Angola, experiência que lhe permitiu aprofundar, de forma significativa, o conhecimento do seu país de origem. EH/AC