Huambo – O ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou, esta quarta-feira, no Huambo, o compromisso do Presidente da República, João Lourenço, com a cultura nacional e com os seus obreiros.
O governante falava perante o Estadista angolano durante o acto central das comemorações do Dia da Cultura Nacional, assinalado quarta-feira no contexto das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.
Na ocasião, o ministro agradeceu ao Presidente pela autorização da implementação de projectos relacionados com a recuperação e construção de diferentes tipos de equipamentos voltados para o desenvolvimento da cultura.
Lembrou que em Janeiro de 2024 o Presidente da República, João Lourenço, inaugurou o Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, na presença do seu patrono, o escritor Manuel Rui, um filho da cidade do Huambo e compositor da letra do Hino Nacional.
Filipe Zau assinalou que, este ano, no contexto das comemorações dos 50 anos do aniversário da Independência, o Chefe de Estado não só autorizou a comemoração do Dia da Cultura Nacional no Centro Cultural “Manuel Rui Monteiro”, na cidade do Huambo, como também aceitou o convite para se fazer presente no evento.
Entretanto, disse que as preocupações consistem, entre outras, na profissionalização dos artistas, através da indispensável valorização das indústrias culturais e criativas, dado o seu contributo na empregabilidade ou no apoio social e na diversificação da economia, sobretudo, pela acção empresarial dos produtores culturais.
Considerou o ensino das artes, no contexto da educação multifacetada que concorra para a inclusão dos valores estéticos, éticos e de convivência pacífica, olhando para a diplomacia cultural, enquanto estratégia para a promoção da Cultura no exterior.
Afirmou que sem cultura não há desenvolvimento, pelo facto de as pessoas estarem, necessariamente, inseridas em contexto cultural específicos, a par da actividade laboral, pois a educação para a cidadania é um dos fins para a formação integral.
“Em era de conhecimento e de rápidas mutações que, nos dias de hoje, se operam uma velocidade estrondosa, a cultura terá e em nosso entender de ser, também, vista como factor de progresso económico-social e não como mera recreação”, sinalizou.
Enfatizou que, através da defesa do património, a cultura torna-se em fundamento de identidade e de consciencialização, daí a sua realização indissociável com todos os níveis do sistema educativo.
Acrescentou que em razão das indústrias culturais e criativas a cultura torna-se em factor de progresso económico ou contribui para a empregabilidade e para o produto interno produto, facto que a torna indissociável com o turismo cultural e com o ambiente, através do conceito de sustentabilidade dos bens culturais e naturais.
Desafios
Segundo o ministro, em breve, dar-se-á início ao recadastramento das autoridades tradicionais.
Assinalou que a inauguração do Arquivo Provincial do Huambo constitui uma outra mais-valia cultural para esta região e para o país, em geral, numa altura em que decorrem favoravelmente, em Luanda, as obras do Palácio da Música e do Teatro e da Casa do Artista, com a inauguração prevista para, aproximadamente, dentro de 20 meses.
Ainda este ano, de acordo com o ministro da Cultura, a cinemateca nacional, resultante da restauração do Cine Alfa 1 e Cine Alfa 2, seguem também a bom ritmo e a sua inauguração está prevista para o final deste ano, bem como a implementação do projecto de restauro de conservação e preservação do património cinematográfico do país, localizado no Arquivo Nacional de Angola.
Explicou que, também, já foi iniciada a requalificação do Cine Teatro Nacional, tal como as do futuro Museu Libertação Nacional, com a previsão de estarem concluídas no final deste ano.
Fez saber que os projectos da nova Biblioteca Nacional de Angola, o Museu da Resistência e o Museu de Arte Contemporânea irão fazer parte do futuro baile cultural do espaço do antigo Roque Santeiro, enquanto para o Cine Teatro Tropical, totalmente degradado, o sector está a procura de financiamento.
Disse que a província do Zaire contará com a banza do Reino do Congo, acompanhadas do processo de recuperação e conservação de todos sítios histórico-cultural daquela região, por sinal o primeiro Património Material da Humanidade, ao passo o Soyo, local que assinala a chegada dos portugueses, em 1482, será alvo de um projecto de reabilitação pelo seu interesse não histórico, mas turismo e ambiental.
Para Malanje, informou, foram aprovadas as construções de banzas dos soberanos de Muhongo e Matamba, para além do memorial Teka-dya-Kinda, entre outros projectos, nas provinciais do Cunene, Namibe e Cuanza-Sul.
O programa incluiu uma demonstração ecléctica de disciplinas culturais, desde instrumentos musicais a performances vocais de artistas prestigiados, assim como actuação de humoristas.
A efeméride foi aprovada em decreto-lei nº 21 e publicada no Diário da República nº 87, I série, de Novembro de 1986, em homenagem ao discurso sobre a Cultura Nacional do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, proferido em 1979, na tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda.
Na ocasião, o também Poeta Maior António Agostinho Neto, fez uma abordagem sobre a Cultura Nacional, que de então a esta parte, passou a ser referência fundamental em todas as discussões sobre a temática da Cultura angolana. ALH