Memorial do Cuito Cuanavale lidera monumentos e sítios

     Cultura           
  • Cuando Cubango     Domingo, 21 Abril De 2024    16h20  
Memorial do Cuito Cuanavale
Memorial do Cuito Cuanavale
Júlio Vilinga-ANGOP

Menongue – O Memorial à Batalha do Cuito Cuanavale, na província do Cuando Cubango, é actualmente o maior e o mais bem preservado monumento desta região sul do país, na avaliação das autoridades administrativas locais.  

Esta avaliação foi confirmada recentemente pelo director do gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos do Cuando Cubango, José Eduardo Ezequias, em entrevista à ANGOP, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS), assinalado a 18 de Abril.

Segundo José Ezequias, desde que foi inaugurado, há oito anos, o Memorial constitui, para a província do Cuando Cubango, a referência dos 41 monumentos e sítios existentes na região, pela sua histórica importância, em Angola e na África Austral.

Disse ser um parque temático da responsabilidade central das Forças Armadas Angolanas (FAA), integrando a zona do Sá Maria, o casco urbano da vila do Cuito Cuanavale e o Aeroporto 23 de Março, em homenagem aos seus heróis, entre outras áreas.

Ou, seja, é um vasto mosaico de cenários atractivos que tem conhecido um crescimento constante no afluxo de visitas de turistas nacionais e estrangeiros, prometendo transformar a vila do Cuito Cuanavale numa das sedes do turismo no país.

As curiosidades sobre a Batalha do Cuito Cuanavale (BCC), decorrida de 1987 a 1988, continuam a atrair para a infra-estrutura erguida em memória dos seus heróis movimentos consideráveis de visitantes de vários países da região e de Cuba, aproximando-se das oito mil vistas por ano.

O director José Eduardo Ezequias explicou que, pela sua importância, hoje a BCC, que este ano assinalou o seu 36º aniversário, para os angolanos, e o sexto para a África Austral, está em estudo para que o seu memorial seja elevado a Património da Humanidade.

Depois do Memorial à Batalha do Cuito Cuanavale, indicou,  seguem-se as ruínas do Senje, no município do Cuchi, propriamente na Missão Católica, em referência, na época colonial, à formação de muitos quadros locais que hoje dão o seu contributo na arena provincial e nacional.

Destaca-se também as Cadeias da Repressão Colonial do Missombo, comuna do município de Menongue, uma referência na história recente da Luta Armada de Libertação Nacional, tendo recebido presos políticos, a par do Forte Mwene Vunongue, igualmente, símbolo da luta de resistência ao colono português.

O Museu Etnográfico de Menongue figura, igualmente, como um dos principais monumentos da região, actualmente em estudo para ser transformado em “Centro de Informação Turística”, a par do Tanque Sul-africano, deixado na batalha do Cuito Cuanavale pelas forças do então regime do apartheid.

Conforme José Eduardo Ezequias, estes e outros monumentos e sítios encontram-se em fase de catalogação para que o gabinete tenha uma base de dados mais completa, acrescentando que está ainda em curso um processo similar para algumas aldeias mais antigas existentes na região.

Preservação da história

Defendeu ser necessária a contínua conservação dos monumentos e sítios identificados, por preservarem a história dos seus nomes, facto que tem despertado o interesse dos turistas para se inteirar do seu estado actual.

Para o efeito, o director convidou os habitantes da província a visitar regularmente os monumentos e sítios existentes, com destaque para o Memorial à Batalha do Cuito Cuanavale, as Cadeias de Repressão Colonial do Missombo, o Forte Mwene Vunongue, entre outros que conformam o Cuando Cubango.

A efeméride do 18 de Abril, no Cuando Cubango, foi assinalada como de reflexão sobre a conservação dos monumentos e sítios existentes na região, bem como a sua contínua transformação em locais de interesse turístico, para um retorno financeiro a favor das comunidades circunvizinhas.

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios assinala-se, anualmente, a 18 de Abril, data instituída pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), em 1982, antes do seu reconhecimento pela UNESCO, no ano seguinte, durante a sua 22.ª Conferência Geral.

O objectivo é destacar a importância dos monumentos e sítios na história e na identidade dos vários povos, bem como apelar para a sua preservação e valorização.

O tema escolhido para 2024 é “Catástrofes e conflitos à luz da Carta de Veneza”, que convida a reflectir sobre o património cultural partilhado, que emana desta convenção internacional, e que papel ainda desempenha na actualidade.

A Carta de Veneza foi adoptada, em 1964, duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, numa época que prometia progresso e desenvolvimento económico ilimitados.

Seis décadas depois, o mundo enfrenta uma emergência climática, um número crescente de catástrofes naturais e conflitos, o que leva à destruição de locais culturais e à deslocação em massa de populações. ALK/FF/IZ





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