Luanda - O poeta e crítico literário Lopito Feijó recebeu, nesta quarta-feira, em Luanda, o Prémio Literário Guerra Junqueiro da Lusofonia 2020, no âmbito do Festival Internacional de Literatura (FFIL – Freixo).
O prémio visa contribuir para um movimento criador de uma união cultural lusófona, bem como expandir o valor literário a nível dos países de Língua Portuguesa.
O Prémio Literário Guerra Junqueiro, atribuído desde 2017, numa parceria da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta com a Editorial Novembro, expandiu-se a quatro países da lusofonia.
Para Lopito Feijó, o momento é de relativa glória que sintetiza 40 anos de trabalho em torno da palavra poética.
Segundo o poeta, o desafio é permanente e que se consubstancia em continuar a escrever e publicar, bem como ler acima de tudo.
Lopito Feijó referiu ainda que o prémio demonstra que a cultura literária angolana está já a ser conhecida além-fronteiras, referindo que, com mais investimento, a literatura nacional poderia chegar até lá “onde até a pouco tempo pensávamos que só o nosso petróleo é que chegava”.
O poeta avançou ainda que não se sente realizado. “Isso só vai acontecer depois do meu passamento físico, enquanto estiver aqui sou um interno aprendiz e prestador do meu conhecimento”, reforçou.
Para o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, a atribuição do Prémio Guerra Junqueira ao escritor Lopito Feijó engrandece as letras angolanas e prestigia o autor, considerando-o um dos poetas mais importante da sua geração, detentor de uma obra que abarca várias direcções, desde a sátira, erotismo.
“Lopito Feijó é um poeta voltado para africanidade e em particular a angolanidade e esse prémio vai fazer com que outros poetas trabalhem mais”, referiu.
Por sua vez a curadora do Prémio Guerra Junqueiro, Avelina Ferraz, considerou que a escolha de Lopito Feijó deveu-se ao seu trabalho em prol da divulgação da literatura, bem como a sua inspiração patriótica.
“Falamos aqui de dois homens simples, humildes, patrióticos e humanistas, assim se caracterizam Guerra Junqueiro e Lopito Feijó, que têm grandes preocupações com a sociedade, cultura e o desenvolvimento do seu país e do seu povo”, referiu.
Lopito Feijó tem no mercado, entre outras, as obras “performance” na “Doutrina” (1987), e que foi continuando em “Lex & Cal Doutrina” (2012), “Andarilho e Doutrinário” (2013),“ReuniVersos Doutrinários” (2015), “Pacatos & Doutrinários Recados” (2017), “Imprescindível Doutrina Contra” (2017), “Doutrinárias Lâminas Doutrinárias” (2018) e agora “Doutrina com Fabulações” (2019).
Poeta e ensaísta angolano, João André da Silva Feijó nasceu a 29 de Setembro de 1963, no Lombo, província de Malanje.
Mudou-se para Maquela do Zombo, onde viveu a infância, indo depois para Luanda, onde viveu no bairro do Cazenga, a partir da sua adolescência.
Licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto, em Luanda, o autor despertou para a poesia aos 22 anos de idade.