Luanda - O livro intitulado “O quase fim do mundo”, do escritor angolano Artur Pestana “Pepetela”, foi recentemente indicado para integrar o currículo de língua portuguesa do vestibular no Brasil, soube, esta quinta-feira a ANGOP.
De acordo com uma nota da Academia de Letras de Angola, no Brasil o vestibular é o exame final do ensino médio, sem a aprovação no qual não é possível o ingresso no ensino superior.
Neste sentido, sublinha o comunicado, o manual é de leitura obrigatória para a prova de língua portuguesa do exame discursivo do vestibular brasileiro.
Para o crítico literário Marcelo Miranda, citado na nota, o romance, editado pela Kapulana, é uma ficção pós-apocalíptica, com muitas discussões sociais sobre vários grupos presentes no continente africano.
De acordo com o também jornalista, a narração do livro divide-se entre personagens bastante distintos e de forma sempre fluida.
Pelo feito alcançado, a Academia Angolana de Letras felicita o detentor da sua Cadeira número dois (2), por esta distinção, augurando ainda maiores sucessos na sua carreira literária.
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos “Pepetela” nasceu em Benguela, em 1941, é autor de mais de 25 livros.
Dentre as suas obras, destacam-se, entre outras, “As aventuras de Ngunga” (1973), “Muana Puó” (1978), “Mayombe” (1980), “O cão e os caluandas” (1985), “O desejo de Kianda” (1995), “Yaka” (1985), “Lueji, o nascimento de um império” (1989), “A geração da utopia” (1992).
Pepetela tornou-se numa das maiores referências do mundo das letras, no contexto nacional e internacional.
O escritor conta com várias condecorações literárias, como com o Prémio Camões (1997), Prémio Nacional de Literatura (1980 e 1985), o Prémio Especial dos Críticos de São Paulo (1993), o Prinz Claus (1999), o Prémio Nacional de Cultura e Artes (2002), Escritor Galego Universal (2007), Rosalía de Castro (2014), Fonlon-Nichols (2015), Casino da Póvoa (2020) e o Prémio DstAngola/Camões (2021).
Sociólogo de formação, Pepetela é Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. CPM/SEC