Luanda - O Museu Nacional de Antropologia em parceria com o Museu Etnológico de Berlim procederam, esta terça-feira, em Luanda, ao lançamento do projecto de reparo e conservação de peças museológicas.
A parceria enquadra-se, não só, na formação em áreas de conservação preventiva, mas também curativas e de restauro de vários objectos de valor patrimonial ou cultural móvel, como artes sacra e conjuntos de pinturas e gravuras.
Para o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, que prestigiou o acto, o projecto vai ajudar na conservação dos espólios expostos no museu.
Em relação a apresentação do inventário dos objectos culturais angolanos existentes no Museu Etnológico de Berlim, pela Goethe-Institut Angola, Bornito de Sousa referiu que a sua recuperação exige um tratamento pontual e bilateral entre os dois países e as instituições científicas.
Alemanha disponível a devolver espólio cultural
A directora do Goethe-Institut Angola, Gabriela Stiller-Kern, avançou à imprensa que o governo da Alemanha está disposto a devolver os objectos culturais angolanos que se encontram expostos no Museu Etnológico de Berlim.
Mas tal desiderato, disse, só poderá ser alcançado posteriormente depois de uma negociação entre o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e o Museu Etnológico de Berlim.
A directora referiu ainda que fazem parte destes objectos roubados, oferecidos e comprados, de grande valor para a cultura angolana.
“Na maioria dos casos sabemos quem levou os objectos para a Alemanha, mas não sabemos as circunstâncias que foram lá parar”, referiu.
A título de exemplo, Gabriela Stiller-Kern referiu-se a figura de Tchibinda Ilunga, um artefacto oriundo da região lunda tchokwe, como um dos objectos mais valioso do Museu de Berlim.
“Estes objectos apenas se encontram nos museus dos Estados Unidos da América, Berlim e possivelmente na Inglaterra”, referiu.
Com a partilha da lista, Gabriela Stiller-Kern avança que o objectivo é demonstrar transparência, para que Angola saiba o que está no Museu de Berlim, uma vez que são mais do que 200 peças.
Para o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, o gesto é de grande importância, pois as informações disponíveis permitirão o seu cruzamento entre os museus de Antropologia de Angola e o Etimológico da Alemanha.