Luanda - O jornalista e escritor José Luís Mendonça disse, nesta quarta-feira, em Luanda, que o jornalismo cultural contribui para a unidade e coesão nacional, pelo que os profissionais do sector devem apostar mais nele.
Em declarações à imprensa a propósito do seminário sobre o “poder aglutinador do jornalismo cultural: uma porta aberta ao humanismo”, o escritor referiu que essa componente jornalística permite colocar todas as culturas no mesmo patamar.
“O desafio da comunicação inter-cultural levará os diversos povos de Angola a sentirem-se mais unidos e mais participante”, explicou o escritor, para quem a participação cultural é essencial para a unidade nacional.
Por outro lado, José Luís Mendonça referiu que a formação joga um papel fundamental, porquanto o jornalista deve possuir competências como o domínio da língua e uma cultura geral muito vasta com constante aperfeiçoamento e estudo autodidáctico.
Destacou a importância do jornalismo cultural, sobretudo para África, onde os países foram colonizados e as línguas nacionais são provenientes da Europa.
Neste sentido, acrescentou que há muitas questões além da língua para se resolver, como a de pertença de uma nova nação, que o jornalismo cultural deveria debater todos os dias em programas específicos.
Tais abordagens, acrescentou, vão levar as pessoas a um debate nacional e encontrar soluções para diversos problemas, entre os quais a promoção das línguas maternas.
Já o director-geral do Centro de Formação de Jornalistas (CEFOJOR), Ikuma Bamba, considerou o jornalismo cultural uma especialização que deve ser encarada como um exercício oportuno, importante com contribuição significativa para afirmação do país a nível de África e do mundo.
Em relação ao seminário, frisou que ajudou a perceber que diariamente há um conjunto de aspectos que os jornalistas deixam de tratar, mas que devem começar a tocar, provocar e despertar a atenção de pessoas que tomam as decisões em relação a definição de políticas.
A acção formativa centrou-se na exploração do jornalismo cultural em Angola, abordando temas como a “Lusotopia e a angolanidade”, “as manifestações culturais urbanas e os desafios do multiculturalismo na cobertura mediática”.
Contou com a participação de cerca de 70 jornalistas das províncias de Luanda e Huambo. CPM/OHA