Luanda – O jazz tem evoluído satisfatoriamente nos últimos anos no mercado nacional, com o aumento de instituições de ensino do género musical, de concertos e do número de artistas, considerou, esta quinta-feira, em Luanda, o divulgador e estudioso do estilo Jerónimo Belo.
Em declarações à ANGOP, por ocasião do Dia Internacional do Jazz (30 de Abril), o crítico musical referiu que tem constatado, com satisfação, o aumento do número de pessoas interessadas em tocar e aprender esta manifestação artística, facto que tem permitido a sua evolução e promoção.
Na ocasião, o especialista destacou o contributo das igrejas na evolução do jazz, justificando que estas instituições têm permitido o ensino e aprendizagem dos instrumentos musicais.
“As igrejas têm tido um papel proactivo neste domínio, pois muitas pessoas, ao frequentarem as congregações religiosas, passaram a ter interesse em aprender a tocar os instrumentos musicais. Na América, por exemplo, no século passado, muitos músicos começaram a aprender o jazz nestas instituições e na rua. Hoje, um pouco por todo o mundo, este estilo é ensinado nas escolas, universidades, institutos superiores, entre outras”, salientou.
Neste sentido, defendeu a criação de mais centros de formação musical, de modo a garantir o aprendizado correcto desta tipologia musical.
Por outro lado, advogou a necessidade de se combater a estigmatização de que o jazz está ligado à marginalidade, realçando que este género musical marcou vários poetas emblemáticos angolanos, como Agostinho Neto e Viriato da Cruz.
“É importante acabarmos com o preconceito de que o jazz está ligado à marginalidade como se pensa há muito tempo, pois é um encontro de culturas”, acrescentou.
O Dia Internacional do Jazz foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 2011, de forma a destacar o estilo musical e o seu papel diplomático de unir as pessoas em todo o mundo.CPM/MCN